Vale Europeu – Nossa proposta era fazer o Circuito Vale Europeu de Cicloturismo, mesclando com um pouco de cultura e culinária da região, e claro, de moto, porque pedalar naquelas subidas é pra maluco.


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  VERSÃO PILOTO

COMO CHEGAR

Partindo de São Paulo são 600 km pela BR 116 até a cidade de Pomerode.

ESTRADAS

Com o alto fluxo de caminhões é aconselhável total atenção nessa estrada. Não confie 100% no asfalto, em alguns trechos você pode ser surpreendido por buracos ou irregularidades.

O QUE FAZER

Nossa proposta era fazer o Circuito Vale Europeu de Cicloturismo, mesclando com um pouco de cultura e culinária da região, e claro, de moto, porque pedalar naquelas subidas é pra maluco.
A distancia total do circuito é de 300 km por estradas de terra começando na cidade de Timbó e seguindo para Pomerode / Indaial / Rodeio / Dr. Pedrinho / Alto Cedros / Palmeiras e finalizando em Timbó novamente. Todo esse percurso pode ser feito por estradas de asfalto também, para quem não curte muita terra.

Nossa opção foi ficar hospedados em Pomerode, por ser uma cidade pequena e extremamente charmosa, com boas pousadas, bons restaurantes e até uma fábrica de cervejas, que falarei mais para frente.
Como o tempo estava muito instável, hora chovia, hora fazia sol, decidimos mesclar o circuito entre trechos por asfalto e trechos por terra.
No primeiro dia resolvemos fazer um reconhecimento do percurso de Pomerode até Timbó são 45 km por terra, passando por Rio dos Cedros, Rio Ada e pela rota Enxaimel, com diversas casas construídas nesse estilo. Como já era final de tarde voltamos para a posada e depois de um renovador banho fomos encarar uma ótima pizza numa pizzaria que fica no pórtico da entrada principal de Pomerode, não tem como errar.

No dia seguinte saímos cedo com direção a Indaial, 40 km por terra com muitas casinhas, todas com jardins floridos, muito bem cuidados, assim que subimos o morro aparecem os riachos e muitas arvores, De Indaial até Rodeio são mais 27 km como esse trecho segue margeando o rio Itajaí Açu, umas das atrações são as pontes, primeiro a ponte dos Arcos e depois a ponte pênsil, que fica fora da rota, mas vale a pena conhecer.

De Rodeio a Dr. Pedrinho começa o trecho de subidas e pra complicar um pouco mais muitas sombras das arvores, o que dificulta para secar as poças d’água. Resumindo passamos uma certa dificuldade para conseguir subir alguns morros ensaboados, mas no fim, passamos com louvor. Inclusive subimos até o topo da cachoeira do Zinco, que tem um visual incrível de todo o vale.
Enquanto fazíamos um lanchinho em Dr. Pedrinho a chuva chegou de vez e com cara de que ia demorar pra passar, sendo assim tivemos que abortar o trecho de Altos Cedros a Palmeiras, uma pena mas….
De Volta a Pomerode, molhados e enlameados nada como um super banho e pra comemorar o dia fomos conhecer a fabrica de cervejas artesanais Schornstein, com direito a degustação de todas as cervejas que eles produzem. Não preciso nem dizer que valeu cada gota desse passeio. Se você for para Pomerode não deixe de conhecer e degustar, é claro.



  VERSÃO GARUPA

Andar por estas bandas do sul é surpreendente, cada canto um encanto.
Tudo é muito bonito, limpo e organizado.
Saindo de Orleans seguimos para Pomerode, principal cidade turística do Vale Europeu.
Antes demos uma paradinha em Brusque, para fazer um lanchinho na Panificadora e Confeitaria Wegner, onde servem um café colonial maravilhoso e custa só R$ 25,00 pp, um banquete de deixar água na boca.

A receptividade do povo do sul e simplesmente adorável. O proprietário, Sr. Lourival, fez questão de nos mostrar sua linda coleção de orquídeas e ficou a disposição caso precisássemos de alguma coisa.
Seguimos mais um pouquinho e chegamos em Pomerode, já era um pouco tarde, então escolhemos um hotel bem localizado que nos permitisse conhecer a cidade a pé.
Nos hospedamos na Pousada Max, onde o custo benefício foi muito bom. À noite jantamos numa boa pizzaria, Tarthurel, indicada pelo guia Quatro Rodas e agora pelo Moto a2. Ainda não tinha uma opinião formada sobre a cidade, mas a pizza era muito boa mesmo. Pomerode é a cidade mais alemã no Brasil. As casas, as pessoas e os costumes são bem tradicionais. Uma cidade extremamente limpa, com casas e jardins encantadores. Dá até vontade de morar. Não existe casa feia, todas têm um lindo jardim e sempre são enfeitadas com artesanato da região. A impressão que eu tenho é que as pessoas daqui não têm tempo de fazer uma fofoquinha, porque estão sempre aparando a grama, cuidando das flores e da casa. Apesar de pequena, a cidade tem infra-estrutura para receber o turista e pelo que vi estão se preparando mais ainda.

Tudo aqui se faz de bicicleta, inclusive trabalhar. As pessoas deixam seus carros na garagem e vão pedalando, então dá para imaginar a qualidade do ar. Como toda cidade do interior, vida noturna não existe, pelo menos foi o que percebi. A religião predominante é a Luterana, mas não tivemos a oportunidade de assistir nenhuma missa, mas deu para dar uma espiadinha na igreja.
No dia seguinte, depois de um belo café da manhã, fomos visitar o zoológico da cidade, muito famoso por sinal. Apesar de pequeno é uma graça, os animais são super bem cuidados e tem várias espécies. Como estava garoando neste dia, era aquela festa, os bichos estavam super felizes e aproveitaram para fazer uma “cantoria”, as araras gritavam, os pássaros cantavam e até o leão resolveu dar o ar da graça. Tatu saindo do buraco, animais de hábitos noturnos acordados para não perder nada. Pensei, acho que viemos no dia certo, deu até para fazer um ensaio fotográfico dos bichos, não deixem de ver as fotos dos vaidosos animaizinhos. Fazia tempo que não me divertia assim com um programa tão simples.

Existe um circuito na cidade que pode ser feito de bike, mas como não tínhamos preparo, resolvemos fazer de moto, sem contar que estava garoando e tinha lama no caminho. Este circuito é interessante para quem quer conhecer a vida no campo das pessoas que moram ali. As casas para variar são lindas, com quintal ainda maior do que as que têm na cidade, até a bagunça é organizada. O Circuito Enxaimel, é assim conhecido por causa da construção típica alemã de algumas casas, onde combinam madeira e tijolos. Adoro andar pelos campos, ver as plantações, as pessoas trabalhando e eu passeando. Como ainda era cedo, vamos passear mais um pouquinho, resolvemos começar a fazer o Circuito do Vale Europeu. Não é tão longo, de bike eles fazem em sete dias e de moto, acreditávamos que faríamos em um, mas nos enganamos. O ideal é tirar uns três dias, assim dá para aproveitar as cachoeiras, parar mais vezes para fazer as fotos e até parar um pouquinho nas cidades que ficam pelo caminho. Optamos por fazer parte por terra e parte pelo asfalto, mas isso aconteceu no dia seguinte. À noite fomos conhecer uma cervejaria artesanal, Schornstein, para pronunciar o nome é super difícil, mas pela cara do Zé, beber não foi nem um pouco. Se quiser conhecer o processo é só marcar um horário que eles mostram como é. Gostei e aprendi muito, não sou de beber, deixei para o Zé a minha parte. A sugestão para o jantar foi um marreco recheado, mas como não estávamos com fome degustamos algumas salsichas que por sinal estavam muito boas.

No dia seguinte começaríamos o nosso projeto, Circuito do Vale Europeu. Vamos por terra que eu gosto mais, esta era a minha opinião. Resolvido, colocamos a adventure na sua mais pura essência, a terra e a lama. Devagar para apreciar tudo e não perder nada. Não vou mencionar aqui os nomes das cidades, deixo o site para quem quiser conhecer
www.circuitodovaleeuropeu.com.br. O caminho é simplesmente maravilhoso, o dia estava lindo, a chuva com certeza chegaria no final da tarde, enquanto isso estávamos aproveitando. No portal da cidade, eles têm um guia que mostra todo o circuito inclusive o que se pode aproveitar em cada região. É muito importante pegar um. Nas estradas tem a marcação com uma seta amarela para quem está de bike e uma seta branca para quem quer fazer o caminho a pé, mas mesmo assim é bom pegar o guia.

Fiquei encantada com a plantação de arroz, simplesmente linda. O tom de verde daquela plantação deixava ainda mais lindo o caminho, dava vontade de sair andando pelas plantações. Nada muito extenso, mas super bem cuidado. Era interessante ver o trabalho ainda manual realizado pelas famílias, me lembrou um pouco o Peru.
Neste circuito tem a única Igreja com construção Enxaimel no Brasil. A paisagem lá de cima é linda. O Vale tem a mata bem preservada, o que o torna ainda mais bonito. A gente andava e andava e não tinha nem vontade de parar para almoçar, sorte que o café da manhã foi bem reforçado. Agora não poderia deixar de falar do atoleiro, isso mesmo, em alguns locais a chuva fina castigou, fiquei imaginando aquele pessoal de bike, meu Deus! A moto patinava e nem saia do lugar, isso ajudou atrasar um pouco o nosso passeio que deveria ser realizado em um dia. Bom, fomos uma parte pelo asfalto, o que também não deixa nada a desejar, portanto, pra quem não gosta de terra tem também esta opção. Final de tarde, uma fome, paramos em uma simples lanchonete e pedimos um x-salada, não botei muita fé, mas quando o danado chegou tava bom heim.
Infelizmente não fizemos todo o circuito. Agora entendo porque o pessoal de bike demora sete dias, primeiro porque é difícil pra caramba, com muitas subidas e descidas, achei isso de moto, imagina de bike? e depois porque é lindo demais. Como havia dito, chuva no final da tarde, mas muita chuva mesmo e a previsão do tempo não era nada favorável. Sabe como é no sul, quando começa assim é bom arrumar as trouxas e partir, principalmente se estiver de moto. Dito e feito, dia seguinte saímos com muita chuva e só pegamos tempo bom quase chegando em São Paulo. Meio contraditório, mas a nossa sorte é que estávamos de moto, porque pelos números de acidentes com caminhões e pelas barreiras que caíram nas estradas, somente as motos conseguiam se livrar do transito. Até isso estava me divertindo, nem a chuva me incomodava, afinal eu tinha acabado de conhecer um lugar maravilhoso.

Até a próxima!


  Em respeito ao Planeta, apoio ao Programa Jovem Meio Ambiente e Inclusão Social (PJMAIS), esta viagem foi neutralizada e leva este selo – Árvores Plantadas – 02

Viagem realizada em: 08/03/2011 a 10/03/2011 – Volta dia 11/03/11
Quilômetros Rodados 350 KM – partindo de São Francisco do Sul / 600 km partindo de São Paulo
Horários Saída: 11h Chegada: 17h
Despesa Combustível total com a volta R$ 90,00
Despesa Alimentos 08/03/11 – Almoço R$ 17,00 / Jantar R$ 61,00 – Pizzaria 09/03/11 – Almoço R$ 21,00 / Jantar R$ 64,00 – Cervejaria 10/03/11 – Almoço R$ 17,00 – X-Salada / Jantar R$ 67,00 – Bataria/pastel/massas/ etc
Despesa Hospedagem Pousada Max -R$ 90,00 – (Pomerode) consultar preço e disponibilidade para feriados. http://www.pousadamax.com.br/
Classificação da Cidade Turística