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A Serra Gaúcha é formada por diversos municípios de colonização alemã e italiana e, claro, que em apenas três dias não conseguiríamos conhecer todos, então optamos em ficar hospedados na região alemã, na cidade de Canela, que fica a 7 km de Gramado, onde além dos passeios pelo centro, com diversas opções de bares e restaurantes têm muitas lojinhas para quem não consegue ficar longe das lembrancinhas.


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  VERSÃO PILOTO

Como Chegar

De São Paulo a Gramado são 1.160 km. Optamos por descer pelo litoral, pela Rodovia dos Imigrantes, sentido Peruíbe e entrar na BR 116 já em Miracatu, evitando a Serra do Cafezal e aquele mundaréu de caminhões.

Depois de rodar quase 800 km resolvemos dormir em Garopaba e aproveitar para conhecer essa famosa praia do litoral catarinense, pena que São Pedro não colaborou.

No dia seguinte seguimos pela BR 101 até a cidade de 3 Forquilhas, de lá seguimos pela rota do sol até Gramado.

Estradas

Para quem quer evitar o costumeiro trânsito da serra do cafezal na BR 116, uma boa opção é descer pelo litoral sul de São Paulo, com boas estradas e normalmente sem trânsito. A BR 116 até Curitiba é uma rodovia que exige atenção constante devido ao alto número de caminhões. A BR 101 passando pelo litoral catarinense também merece muita atenção, pelos caminhões e nos diversos trechos em que atravessa zonas urbanas.

A RS 453 ou Rota do Sol, como é conhecida, liga o litoral a serra gaúcha, e é um trecho para se fazer mais devagar, e com bastante atenção, dessa vez não pelo trânsito, mas para ir curtindo a paisagem.

O Que Fazer

A Serra Gaúcha é formada por diversos municípios de colonização alemã e italiana e, claro, que em apenas três dias não conseguiríamos conhecer todos, então optamos em ficar hospedados na região alemã, na cidade de Canela, que fica a 7 km de Gramado, onde além dos passeios pelo centro, com diversas opções de bares e restaurantes têm muitas lojinhas para quem não consegue ficar longe das lembrancinhas. Mas, como nosso interesse maior é o ecoturismo acordamos cedo e fomos conhecer o Vale da Ferradura, de onde pode se observar cânions, cascatas, trilhas, além de alguns curiosos Quatis, tudo isso dentro de uma propriedade particular que explora e preserva essa região.

Nossa alegria não durou muito, o tempo começou a fechar e não demorou para os primeiros pingos começar a cair, para quem está acostumado a viajar de moto, chuva faz parte do pacote, mas é claro que atrapalha bastante e acaba com a esperança de conseguir boas fotos, sendo assim, resolvemos esperar que no dia seguinte nossa sorte não nos abandonasse.

Acordamos com o dia bastante nublado e previsão desanimadora, mas resolvemos não desanimar e como adoro Maria Fumaça, resolvemos pegar a moto e seguir até Bento Gonçalves, de onde parte a velha Maria com destino a Carlos Barbosa, já na região italiana. Bento fica a 120 km de Canela, demos sorte até o km 80, a partir daí a chuva caiu sem dó e não teve jeito, tivemos que abortar nossa viagem de Maria Fumaça e voltar para Canela encharcados. Uma pena, mas não é a primeira vez, já viemos para essas bandas, em Cambará do Sul e também pegamos muita chuva e neblina.

Viajar, como toda atividade outdoor, depende muito das condições climáticas, viajar de moto depende muito e mais um pouco, mas como já disse, faz parte do pacote de viajar de moto e nem sempre a sorte está do nosso lado. Quando ela não está, o melhor é respeitar e planejar o retorno com segurança. Pensando nisso acordamos no sábado e, como o tempo ainda estava fechado, resolvemos antecipar nosso retorno e seguimos até Itapema, litoral catarinense, onde passamos a noite para seguir até São Paulo no dia seguinte.

Pois é, nem sempre uma viagem de moto é coroada de êxitos, o importante acho que é respeitar o que a natureza nos oferece e, no que cabe a nós, aceitar, respeitar e planejar a volta com segurança.

Essa não foi nossa primeira tentativa de fazer a Serra Gaúcha e certamente não foi a última, como somos teimosos, voltaremos.

Hasta la vista, baby.



  VERSÃO GARUPA

Do ponto de vista filosófico, religioso e místico, sorte é algo imprevisível, mas quando se trata de viajar para o Sul, isso é muito previsível. Todas as vezes que viajamos para esta região a chuva está a nossa espera. Sorte também é algo favorável ou não, depende do ponto de vista, para as pessoas que moram ali, chuva em excesso está até atrapalhando, para outras regiões, dá até inveja. No nosso caso que estamos de moto a chuva atrapalha muito, as fotos saem um pouco apagadas, nada como um céu azul para causar um contraste. A segurança tem que ser dobrada e as roupas também, sem contar que o quarto de hotel lembra uma lavanderia com um monte de roupas penduradas. Sempre tentamos programar viagens sem chuva, mas como sorte é algo que está fora de nosso controle, desta vez ela judiou um pouco e nos privou de muitos passeios, nos obrigando a voltar antes do tempo.

De São Paulo as serras gaúchas, a distância é bem grande nos impossibilitando de fazer em um só dia. Isso por causa da estrada e de muitas curvas, que não chegam a ser um problema, pelo contrário, tornam a viagem mais interessante, mais bela. Como o dia estava bom, pensei em estender mais a viagem, mas o Zé preferiu parar e se hospedar em Garopaba, que aliás, fora de temporada parece uma cidade fantasma (praia da Ferrugem e praia da Baleia), mas acredito que na alta, deve ficar abarrotada de gente jovem, é bem o perfil do local. Em Garopaba jantamos no Restaurante 77, eles têm um buffet vegetariano maravilhoso e os pratos a la carte são excelentes, vale a pena conhecer.

Dia seguinte o sol tímido apareceu por volta das 12h. Isso era bom sinal, porque chegaríamos em Gramado com um céu bonito para fotografar, aliás, as fotos que estão com este céu foram tiradas em apenas meio dia de “sorte”. E como dia bonito combina com ecoturismo, fomos direto conhecer o Vale da Ferradura, com uma paisagem linda, onde foram construídos alguns mirantes para poder apreciar um pouco mais de perto e com segurança. Como saímos do parque um pouco tarde, não fomos passear de teleférico, o que poderia ser interessante, pois tem uma vista legal da cachoeira do Caracol. Fica aí a sugestão para quem tiver “sorte”.

Noite bonita e estrelada ideal para conhecer o centro de Gramado com seus famosos cafés, lojas de fábrica de chocolates, lojas e muitas lojas de roupas e sapatos, sem contar as muitas opções de restaurantes. Gramado tem muitos festivais, o mais famoso é o Festival de Cinema. Especificamente neste final de semana da nossa viagem estava acontecendo o Festival Gastronômico com os restaurantes da cidade, mas com tudo isso, resolvemos comer um salame e tomar cerveja artesanal numa pequena loja em Canela. O que é melhor, com pessoas que nasceram ali e sabem de tudo para nos dar dicas e falar um pouco de como é viver numa cidade pequena e segura com muita qualidade de vida. Ficamos horas conversando que quando vimos já tinha até passado a hora de fechar a loja.

Não sei se não era alta temporada, mas as coisas acontecem de dia e as lojas fecham cedo, por volta das 18hs. Entendo então que Gramado ou Canela são cidades para dois tipos de turistas: aqueles que vão para as compras e outros que vão para conhecer as belezas naturais. O que não falta são parques para visitar, tanto de belezas naturais como os de diversão, como por exemplo, Snowland, com direito a pista de patinação no gelo e expedição de motoneve. Estes não tivemos tempo de visitar, mas para dias de chuva é uma das opções.

A “sorte” está fora de nosso controle, mas mesmo assim resolvemos arriscar. Quem sabe não a encontrávamos pelo caminho? Xi, não valeu a pena, encontramos o oposto, o azar. Quando resolvemos fazer o passeio de Maria Fumaça que sai de Bento Gonçalves a Carlos Barbosa, pensávamos que lá não estria chovendo, mas parece que o diluvio vinha de lá. Faltando uns 40 km para chegar, já estávamos encharcados. Não valia a pena seguir viagem, o passeio com certeza seria frustrante, mesmo comprando novas roupas. Resolvemos voltar. Tinha uma outra opção para fazer com uma Agencia de turismo em uma van que sai de Gramado ou Canela até Bento, incluso almoço e degustação em vinícola, por um custo de R$ 185,00 por pessoa. Queríamos ir de moto para aproveitar os 120km de serra e fazer algumas fotos, mas infelizmente não foi desta vez. Este passeio é muito elogiado e quem quiser fazer é só entrar no site da agencia responsável e reservar. O valor é R$ 90,00 por pessoa, inclui a degustação, mas não o almoço. Vale lembrar que tem que ir até Bento, deixar a moto no estacionamento da empresa e a volta é feita com um ônibus que sai de Carlos Barbosa até Bento Gonçalves.

A noite a chuva deu uma trégua e fomos novamente até o centro de Gramado, especificamente na rua coberta onde acontecia a abertura do Festival Gastronômico.
Estava bom apesar de ter um número pequeno de pessoas. Aproveitamos o som de uma banda de Rock clássico muito boa.

Hora de dormir e fazer uma prece para Santa Clara clarear, mas amanheceu pior que o dia anterior. Café da manhã de uma hora e meia para passar o tempo e mesmo assim não melhorou. Enfim, voltar com um dia de antecedência por questão de segurança e também porque aqui ninguém teve a “sorte” de ter nascido rico e ainda precisamos trabalhar muito.

Resumindo, com minha experiência acredito que seja muito interessante conhecer Gramado nas vésperas do Natal e um pouco depois dele para apreciar o Natal Luz. Isso pra mim deve ser o diferencial. Mas prepare o bolso, porque se já é um passeio caro fora desta época, imagine nela. Agora, quem quiser conhecer o entorno, com suas belezas naturais, pode ser o ano todo deste que não esteja chovendo, é claro.

A volta foi tranquila, com pequenas garoas que nem chegamos a molhar a roupa. Nossa ideia inicial era dormir em Joinville, mas conseguirmos chegar em Itapema, isso porque saímos tarde de Gramado.

Com sorte ou sem ela, viajar de moto é sempre muito bom. Mas para ser sincera tivemos muita sorte sim, a primeira de poder ir, a segunda de ter ido e voltado sem nenhum incidente e a terceira, de ter feito meio dia de sol para podermos aproveitar um pouco e contemplar uma natureza surpreendente.

Como diz o Zé:
“Também com tanta planta, tem que chover assim mesmo”.

 
Viagem realizada em: 30/09/15 A 04/10/15
Tipo de viagem: FERIADO PROLONGADO
Quilômetros Rodados 2500kms (ida e volta + Passeios)
Como Chegar De São Paulo a Gramado são 1.160 km. Optamos por descer pelo litoral, pela  Rodovia dos Imigrantes, sentido Peruíbe e entrar na BR 116
Despesas Vai depender do Hotel e dos restaurantes que escolher.