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Punta del Este – Depois de várias viagens de moto por diversos destinos na América do Sul, sempre antecipadas por planejamentos, levantamentos de rotas e todo aquele monte de detalhes burocráticos que envolvem uma viagem ao exterior, dessa vez resolvemos fazer diferente.
Uruguai lá vamos nós, sem planejamento, sem rota definida, sem reservas.


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VERSÃO PILOTO

Depois de várias viagens de moto por diversos destinos na América do Sul, sempre antecipadas por planejamentos, levantamentos de rotas e todo aquele monte de detalhes burocráticos que envolvem uma viagem ao exterior, dessa vez resolvemos fazer diferente.
Uruguai lá vamos nós, sem planejamento, sem rota definida, sem reservas.

E, como tudo seria novidade, nada como partir de São Paulo com um modelo de motocicleta diferente das costumeiras Big trails.
Dessa vez nossa companheira de viagem é uma Sport Touring – Honda VFR 1200F.

Como temos pouco tempo para realizar essa viagem, já imaginei logo de saída, que pela posição das pedaleiras, mais para trás e para cima e a posição do tronco mais apoiada nas mãos, as longas quilometragens diárias seriam cansativas, mas compensadas pela potencia do motor, que facilita muito as ultrapassagens e pelo conforto da transmissão automática, que oferece as opções de mapeamento, no modo D para uma tocada mais tranquila ou no S para quem quer mais esportividade, ou ainda na função manual, onde você troca as marchas num simples toque de botão no punho esquerdo (me adaptei tão bem a esse sistema que já prefiro ele as tradicionais trocas de marchas com o pé). E, para quem tem como referencia a transmissão automática dos carros convencionais, esqueça!
O sistema de dupla embreagem garante uma troca de marchas praticamente sem delay.
A VFR 1200F
é um verdadeiro puro sangue disfarçado, ideal para quem gosta da potencia de uma esportiva aliado a um tanque que oferece uma boa autonomia para viagens e ainda três cases que acomodam perfeitamente as bagagens de duas pessoas.

Partimos de São Paulo cedo, resolvemos seguir pela BR 116 até onde o cansaço permitisse, e depois de rodar por um dos trechos mais chatos das estradas brasileiras (SP / Curitiba) terminamos nosso primeiro dia, depois de 900 quilometros, em Vacaria – RS.

No segundo dia a nossa intenção era chegar ao nosso destino, Punta, mas alguns pequenos detalhes não permitiram.
1º um pouco antes de chegar no Chuí quase fomos abduzidos por uma tempestade que me lembrou o filme de volta para o futuro.
2º Tinha que fazer a carta verde no Chuí, antes de entrar no Uruguai, como chegamos no domingo, tivemos que dormir no Chuí, que, diga-se de passagem, não tem nada de especial, nada mesmo.
Na segunda pela manhã fizemos o seguro e partimos. Nossa intenção era ficar em Colônia, mas chegando em Punta, com um calor de 40º uma praia enorme a nossa disposição, muitos bares e restaurantes, muita cerveja gelada, mudamos de idéia. Vamos ficar em Punta e curtir a passagem do ano por aqui mesmo, por que não?

Impressionante como essa cidade cresceu desde a ultima vez que estivemos aqui, isso deve ter uns sete anos. E, impressionante como a cidade é bem cuidada, Punta está cada vez mais bonita.
Agora impressionante mesmo é o tanto de coisas que conseguimos fazer e o tanto de lugares que conseguimos conhecer viajando de moto, conhecemos Punta de cabo a rabo, várias praias e lugares que normalmente quem vai de avião acaba nem sabendo que existem.
Depois de dois dias de descanso rodando para cima e para baixo tínhamos que começar o nosso retorno, e para não voltarmos pelo mesmo caminho, resolvemos aceitar a dica de um motociclista gaucho que encontramos no Chuí e seguimos para Montevidéu, Rivera até Porto Alegre, 1.200 quilômetros, Ufa!
Dia puxado, num calor escaldante, só nos restava um banho gelado urgente, uma pizza e uma cama.
No dia seguinte nossa intenção era fazer Porta Alegre / São Paulo direto, mas pensamos melhor e devido ao calor que não estava fácil, quando passamos pelas belas praias da região de Floripa, não resistimos, paramos em Piçarras para mais um mergulho merecido num mar que não dava mais vontade de sair.
No dia seguinte chegaríamos em São Paulo, sem pressa, sem estresse, para começar mais um novo ano, bem vindo seja 2014.

Considerações finais:
Viagem realizada com a
Honda VFR 1200F automática.
Total Percorrido: 4.567 km
Consumo médio: 15,6 km/litro
Ocorrências: nenhuma


VERSÃO GARUPA

Ano Novo em São Paulo é muito bom, porque a cidade fica inteiramente pra gente, mas se tiver que escolher, ficar ou viajar de moto, adivinha? Então escolhemos dar um pulinho logo ali, no Uruguai. Saímos dia 28/12 /13 e tínhamos noção de que seriam poucos dias, mas mesmo assim fomos ver os fogos em Punta del Este.
No primeiro e no segundo dia sabíamos que seria só deslocamento, portanto iríamos rodar muito e parar só para dormir. No domingo dormimos no “Chuá” ,ou melhor, Chuí. Estávamos inteiramente molhados, caiu uma chuva que não dava pra ver um palmo na frente. Na segunda-feira iríamos fazer a carta verde, sempre fazemos em São Paulo, mas como foi decidido de última hora resolvemos fazer lá. Pensei que seria o olho da cara, mas nós pagamos R$ 68,00 por 03 dias. Não dá para passar pela aduana sem a carta, o policial pediu os documentos e ainda confirmou todos os dados da moto. 
Entramos no Uruguai e felizmente chegamos em Punta ainda de dia para escolher um lugar para ficar, mas imagina se no final do ano, alta temporada, encontraríamos um lugar legal para ficar? Realmente foi um risco, Punta está pela hora da morte, tudo muito caro, inclusive o combustível. Acredita que um hostel queria cobrar US$ 200,00 por noite? Uma estrutura horrível para cobrar este valor e acreditem, só tinha para uma noite. Resolvemos então ver se no booking ainda tinha alguma coisa para nossa noite. Fechamos um hotel em Piriápolis, que fica a 40km do centro de Punta, sentido a Montevidéu e próximo ao Pan de Azucar, que ao meu ver parecia mais um Cupcake comparado ao nosso. O valor também não era dos melhores, mas pelo menos fazia jus ao que cobrava. O Hotel Rex além de ser cheiroso, tinha um café da manhã muito bom. Por um lado foi legal termos nos hospedado por lá, assim nos deu a oportunidade de conhecer um lugar novo. As vezes quando chegamos em um lugar muito badalado esquecemos que nas redondezas também tem muita coisa interessante e o simples fato de termos que nos deslocar de um lado para outro, acabamos passando por uma estrada muito bonita que começa em Piriápolis e depois passa por San Francisco, Punta Colorado e Punta Negra. São praias mais desertas, sem muito movimento. Pegando novamente e rodovia em sentido a Punta del Este, tem uma entrada para Punta Ballena, um lugar muito bonito, imagino que ver o por do sol de lá deve ser muito lindo, mas ainda era cedo e fomos curtir o dia na cidade.

Fim de ano em qualquer lugar do mundo, principalmente os turísticos, fica intrafegável, a nossa sorte é que estávamos de moto. Punta cresceu tanto nos últimos anos que não era de se admirar o número de carros. Apesar deste transito todo valia a pena andar por lá e ver o paisagismo deslumbrante que esta cidade tem. Dava uma “Punta” de inveja da minha cidade não ser assim.
Dia 31/12, último dia do ano, não podia ser sem por os pés na areia e mandar toda a inhaca do ano que passou para as profundezas do mar. Poseidon que me perdoe, mas não podia ser diferente. Coincidência ou não, escolhemos o Parador 31 por ficar afastado do centro e por ter uma infraestrutura na praia da qual nós brasileiros estamos acostumados.
Geralmente não se vende bebida alcoólica, a não ser que o comércio tenha autorização. Como  era um restaurante, eles podiam vender uma cervejinha gelada que o Zé não dispensa. O dia estava lindo, o sol emanava uma energia prometendo que 2014 será um ano de muitas realizações. Não sei como foram os outros anos, mas o Uruguai estava pegando fogo, a temperatura chegou aos 43 graus. Não só a temperatura, mas os preços estavam absurdamente altos, teve um dia que pagamos R$ 8,50 uma Coca Cola. Uma outra coisa que tem que tomar cuidado é com a conversão de moedas. Os Uruguaios aceitam o real, mas tem diferença na conversão de um comércio para outro. Nosso dinheiro é bem vindo por parecer que vale mais, mas na minha opinião dá na mesma pelos valores que eles cobram.
Na hora da virada do ano nosso plano era ir até o Parador 3 conforme nos indicaram, mas partiríamos para o Brasil no dia 01 de janeiro por volta das 10hs, ficaria muito cansativo enfrentar as estradas no dia seguinte caso fossemos pra lá. Ficamos e vimos os fogos de Piriápolis e apesar da distancia dava também pra ver os fogos de Punta.
A volta foi bem sofrida, a temperatura não parava de subir, chuva que era bom nem pensava em cair, tanto é que queríamos chegar em 02 dias, mas o calor torna a viagem tão cansativa que tivemos que parar para dormir em Piçarras/SC.

Geralmente não gosto de voltar aos mesmos lugares que já visitei. Acho que o mundo é tão grande que não vou viver o suficiente para conhecer nem um continente. Mas esta experiência foi boa, porque da outra vez tínhamos ficado meio dia e não deu para ver realmente o que era
Punta del Este e também deu para perceber o quando a cidade cresceu e como o mundo esta mudando rapidamente devido a globalização. E como tudo, sempre tem o lado bom e o lado ruim. Punta ainda é um lugar muito interessante para conhecer, então arrume um tempo e se quiser curtir com mais calma, vá fora de alta temporada.


Viagem realizada em: 28/12/13 a 03/01/14
Tipo de viagem: Férias ou Feriados Longos
Quilômetros Rodados 4567Km (ida e volta)
Despesa Combustível R$ 900,00 / Pedágio ida e volta – diversos (principalmente no Brasil)