Viagem ao Meio do Mundo – Mais um final de ano e mais uma grande aventura programada, dessa vez essa será a mais longa e cansativa de todas. Serão mais de 14 mil km a serem cumpridos em 24 dias, sem choro, nem vela. Média diária de 597 km com muito sol, calor, chuva, frio, neblina, tempestade de areia e até um pouquinho de gelo (no whisky).


EQUADOR

« de 4 »

BOLIVIA

« de 3 »

PERU

« de 9 »

VERSÃO PILOTO

Mais um final de ano e mais uma grande aventura programada, dessa vez essa será a mais longa e cansativa de todas. Serão mais de 14 mil km a serem cumpridos em 24 dias, sem choro, nem vela. Média diária de 597 km com muito sol, calor, chuva, frio, neblina, tempestade de areia e até um pouquinho de gelo (no whisky).

Saímos do Brasil pela aduana de Corumbá com Puerto Quijarro na Bolívia, lugar que você tem que ter muita sorte ou muita paciência. Sorte para não pegar muita fila ou paciência de esperar por 6 horas para fazer todos os trâmites, que foi o nosso caso, infelizmente.
Mas, para quem vai encarar essa aduana é bom saber que depois de carimbar o passaporte você tem que atravessar a rua e fazer a declaração juramentada do veículo (é necessário cópia do passaporte, CNH e documento do veículo), feito isso fomos até Puerto Suárez, no departamento de trânsito, onde pagamos 50 bolivianos para fazer a autorização de circulação pela Bolívia.
Depois de feito todo o processo seguimos para Roboré, no caminho fomos parados num posto policial e tivemos que apresentar todos os documentos que tínhamos acabado de fazer, inclusive a autorização de veiculação.
Abastecer na Bolívia merece um pequeno capitulo.

Abastecimento

Na Bolívia, por lei, veículos estrangeiros pagam quase três vezes mais pelo litro de gasolina do que os nativos.
Na pratica funciona da seguinte forma, o posto de gasolina precisa ter uma nota específica para estrangeiro, claro que nem todos têm, então você pode chegar num posto e o frentista te dizer:
– O preço do litro é 3 bolivianos, mas para estrangeiros é 8, posso abastecer?
– O preço do litro é 3 bolivianos e você paga 3 bolivianos mesmo.
– Não temos nota para estrangeiro, então não posso abastecer, mas você pode tirar a moto do posto, trazer um galão e abastecer a moto lá fora.
– Não temos gasolina.
– Não temos sistema.
– Não temos energia.
– Não temos governo. Ops!!!
Mas no fim você sempre acaba abastecendo. Desde que você leve um galãozinho.

No dia seguinte acordamos cedo e seguimos rumo a La Paz, como o mapa do GPS resolveu não funcionar e por um erro de cálculo, tivemos que dormir em Entre Rios, um lugar horroroso que só tinha um hotel, muito meia boca, jantar nem pensar.
Depois de acordar bem cedo caímos fora de Entre Rios rumo a La Paz. A chegada à capital boliviana impressiona por dois aspectos, primeiro o visual do alto da estrada, onde se vê toda a cidade, como se estivesse num caldeirão, segundo o trânsito, que merece um capítulo exclusivo.

Trânsito

Se você tem alguma coisa que nunca tenha visto acontecer no trânsito, na Bolívia você poderá ver, aqui tudo é possível.
Primeiro não se assuste com as buzinas e não se acanhe em buzinar também, é melhor fazer de tudo para ser visto mesmo, no começo a gente se assusta, mas depois fica até divertido.
Por toda a ruta nacional 4, passamos por dentro de cidades grandes ou pequenos “pueblos”, em todos os casos todo cuidado é pouco, praticamente não existe lei de trânsito, cada um faz o que quer, conversão em qualquer lugar, qualquer lugar mesmo, inclusive nas rodovias, nos semáforos só fica parado quem quer, e vem carros e motos de todos os cantos.
Portanto, ao passar pelas cidades fique atento a tudo o que pode acontecer e na zona suburbana, redobre o cuidado, porque carros e motos atravessam a estrada sem a menor noção do perigo. Mesmo motoristas profissionais, como caminhoneiros não perdem tempo olhando no retrovisor nem dando seta, tomei uns três sustos que o meu coração quase saiu pela boca e caiu em cima do tanque.
Aqui moto é um meio de transporte que comporta quantos passageiros couber em cima, é impressionante ver famílias inteiras (pai, mãe e quatro filhos, sobre uma motinho, todos de chinelo, e claro, sem capacete, tanto nas cidades quanto nas estradas também.

De La Paz fomos conhecer a famosa e perigosa Estrada da Morte, em Coroico, distante 100 km da capital.
Quase chegando em Coroico você tem a opção de descer pela Estrada da Morte (que é de terra) ou descer pelo asfalto. Como somos gulosos, resolvemos descer e subir a danada, que é muito legal e divertido, e rende belas fotos. Claro, que para isso é bom ter um pouco de experiência off-road. A descida é pela mão esquerda, ou seja, quem desce fica do lado do precipício e quem sobe fica do lado da montanha. Foram 15 km até o final da estrada e depois mais uns 10 km de estrada de pedra para subir até o “Pueblo” de Coroico, depois é só voltar, valeu a pena.

No dia seguinte em direção ao Peru e mais uma aduana pela frente, em Desaguadero, graças a Deus essa foi tranquilo, só uma dúvida SOAT ou não SOAT? O SOAT também merece um capitulozinho.

SOAT

É um seguro obrigatório de acidente de trânsito que todo veículo deve ter no Peru, Equador e Colômbia. Porém, é meio confuso se é obrigatório também para estrangeiros. Tentamos fazer logo que entramos no Peru, mas mesmo nos bancos as informações eram desencontradas, tanto que queriam cobrar o seguro para o ano todo. Então, optamos por não fazer e não tivemos nenhum problema, fomos parados várias vezes e em nenhuma delas nos foi pedido o SOAT.

Nossa intenção nesse dia era chegar em Chivay, mas uma nuvem preta gigante se formava naquela direção, e como final de tarde com chuva não combina em cima das cordilheiras, resolvemos mudar a proa para dormir em Juliaca.
Conhecemos a “temida” cidade de Juliaca há 5 anos, quando alguns amigos nos alertavam “quando passar por lá nem pare, abastece antes e passa direto”.
Para nossa surpresa Juliaca cresceu muito, com vários hotéis, restaurantes, supermercado. Ainda bem, porque tivemos que dormir lá.
Dia seguinte, tempo bom e rumo a Chivay, que é uma pequena cidade muito simpática e com boa estrutura para receber turistas, valeria a pena ficar uns 3 dias por lá, mas…

De lá fomos para o Vale do Colca, conhecer o canyon mais profundo do mundo e ver, ao vivo, o voo do condor, que costuma dar suas voltas por lá só de manhã bem cedo, mas como somos muito sortudos apareceu um exclusivamente pra gente.

De Chivay para Nasca, trecho bem difícil de pilotar, pegamos uma tempestade de areia que tive até que rezar para que Santo Filtro de Ar fizesse seu trabalho direitinho. Depois de passar pelas famosas linhas de Nasca, onde pudemos ver algumas figuras da beira da estrada dormimos em Nasca, que vive em função do turismo nas linhas.

Dia seguinte fomos para Paracas, uma reserva nacional, que vale muito a pena visitar, de lá pode-se pegar um barco e conhecer algumas ilhas repletas de leões marinhos e pinguins.

De Paracas para Lima, uma cidade muito grande e muito legal, com toda infraestrutura, lembra um pouco São Paulo. Trocamos as pastilhas de freio traseira que já tinham zerado totalmente.

Dia seguinte para Huanchaco, uma cidade a beira-mar, perto de Trujillo, bom lugar para ficar e comer um ceviche, para variar.

Mais um dia de aduana pela frente, dessa vez na cidade de Macarás no Equador. Logo de entrada já dá para perceber algumas mudanças, principalmente na quantidade de lixo jogados nas ruas e estradas, que no Peru e Bolívia é um exagero, dá até pena de passar por lugares tão bonitos com tanto lixo jogado por todo lado. Depois de rodar por belas estradas no meio do único bosque seco do mundo resolvemos dormir em Catacocha. Vale a pena um pequeno capitulo para os preços no Equador.

Preços no Equador

Por esse quesito não dá nem vontade de voltar ao Brasil, apesar da moeda local ser o dólar americano, no Equador é tudo muito barato, a gasolina custa U$ 1,40 o galão, bons hotéis de U$30 a U$50 restaurantes também tem bons preços, pena que não cabia nada nas malas da moto, nem um chapéu panamá, que é fabricado no equador, deu para trazer, fiquei só com a foto dele, já é alguma coisa, né?

Dia seguinte seguimos para Alausi, cidade de onde sai o trem para a Montanha do Nariz do Diabo, como também somos amantes de trem, não poderíamos deixar de conhecer esse, que é bastante conhecido, não só pelos belos locais por onde passa, mas também porque até uns 8 anos atrás, essa mesma viagem podia ser feita no teto do trem, por motivos de segurança hoje em dia isso não é mais permitido, uma pena, porque deveria ser bem divertido.

Partimos de Alausi em direção a Banõs, aproximadamente 180 km antes de Quito, e que, por indicação de um amigo, valeria a pena passar alguns dias por lá, bons hotéis, bons restaurantes, muitos esportes de aventura, tudo isso dentro de uma região muito bonita, foi um bom lugar para comemorarmos o Natal.
No caminho seguimos pela avenida dos vulcões, com a intenção de subir no Cotopaxi, chegamos até a entrada do parque, onde teríamos que deixar a moto (que não pode subir) e pegar uma van, mas infelizmente o tempo não estava bom, muito nublado, com chuvas ocasionais e bastante frio, o Cotopaxi teve que ficar para uma próxima visita, assim como foi com o vulcão Villarica, no Chile, que só permitiu nossa escalada no nosso segundo encontro.

A partir de Banõs rumamos para Quito até chegar a Pichincha, cidade onde fica o marco de La Mitad del Mundo, claro que aproveitamos para registrar com algumas fotinhos, mas claro que também tinha muita fila para comprar os ingressos para entrar, então seguimos e começamos a descer as cordilheiras em direção ao litoral equatoriano, com uma indicação de que não poderíamos deixar de conhecer Canoas, próxima a Bahia de Caráquez, chegando lá não posso deixar de dizer da minha decepção, não é bem o tipo de praia que curto, nem pelo visual, nem pelo agito dos quiosques, cada um tocando uma música no último volume. Acho que estou ficando velho ou mal acostumado com o litoral norte de São Paulo.

No dia seguinte seguimos rumo a Guayaquil, onde ficamos hospedados no Malecon do rio Guayas, onde aproveitamos para descansar e enfiar o pé na jaca no happy hour, afinal ninguém é de ferro. Antes disso, durante a tarde aproveitamos para conhecer uma pouco das praias da região de Salinas.

Mais uma aduana pela frente, hoje é na cidade de Machala em direção ao Peru, desta vez tinham dois quiosques de seguradoras dentro da aduana oferecendo o SOAT para um mês por 35 dólares, na dúvida, resolvemos fazer. O caminho pelo litoral peruano surpreendeu positivamente passamos por praias bem bonitas na região de Máncora até chegar na cidade de Piura, onde dormimos.

De Piura seguimos para Lima, que apesar de ser um trecho muito bonito, de um lado o pacifico e de outro as cordilheiras, é bastante puxado, foram 13 horas em cima da moto para cobrir esses mil km.

De Lima voltamos para Huacachina, que é um oásis próximo a Ica, aproveitamos o ½ dia de folga para fazer um passeio de jipe pelas dunas, passear um pouco a pé em volta do lago, um belo jantar e cama. Esse é um belo lugar para um pit stop de descanso.

Acabado o descanso seguimos para Arequipa, acho que esse é um dos trechos que mais exige em matéria de pilotagem, muitas curvas, muito vento, tempestade de areia, só faltou nevar.

Dia seguinte proa para La Paz, e mais uma aduana, em Desaguadero, essa aduana é, sem dúvida, a mais feia todas, pelo amor de Deus. Passamos o réveillon em La Paz, onde pelo que pareceu o povo não é muito dado a grandes comemorações, como no Brasil, mas foi bom também.

1º dia de 2015 saímos de La paz rumo a Santa Cruz de la Sierra, com um objetivo, trocar as pastilhas de freio traseira, que tinham acabado de novo e as dianteiras, que estavam mais finas do que casca de ovo. Como dia 1º era feriado e tudo estava fechado em La Paz, e em Santa Cruz tinha uma concessionaria Triumph, a revisão seria lá mesmo.

Na descida de La Paz, pela ruta 4, pra complicar um pouco mais a minha vida, tem uma serra de 100 km que fizemos debaixo de chuva e neblina e com vários trechos de pedras bem escorregadias, mas tudo bem, o engraçado é que fizemos esse mesmo caminho na ida, e não lembrávamos de nada na volta. Depois dos últimos 400 kms debaixo de chuva e com muitas vacas soltas na pista chegamos em Santa Cruz pelo outro lada da cidade, bem mais bonito e deu tempo até de curtir um pouquinho da noite.

No dia seguinte 8hs da manhã já estávamos na porta da concessionaria Triumph, e para nossa surpresa fomos informados que estava fechada, todos foram para o Dakar, que largava na Argentina, que beleza!
Nosso socorro foi numa concessionaria Honda, que trocou as pastilhas de freio traseira e mandou colar as pastilhas de freio dianteira, no fim resolveu. Durante toda a manhã choveu muito forte o que impediria de continuar nossa viajem, mas quando a moto ficou pronta, por volta das 13hs a chuva deu uma maneirada e resolvemos seguir. Como não daria para chegar em Campo Grande, resolvemos dormir em Corumbá. Como chegamos a noite e a aduana de Puerto Quijarro já estava fechada, passamos direto para o Brasil, que pena, queria tanto ficar mais 6 horas naquela fila!

Corumbá / São Paulo, último dia de viagem, será que dá?

Saímos às 10 da manhã e começamos a encarar os 1450 km de retas que ligam Mato Grosso do Sul a São Paulo, e deu, chegamos em Sampa às 3 da manhã, cansados mas em compensação sem pegar trânsito nenhum na chegada, o que é muito raro.


VERSÃO GARUPA

Uns dizem que é Quito no Equador e outros dizem que é Macapá, capital do Amapá, Brasil.
Como o Equador era mais longe, optamos por ele. Meio ou não, sei que o meio que utilizamos para chegar lá foi realizando uma linda viagem de moto.

Uns querem que o Marco Zero seja na linha de Greenwish, que é o referencial de contagem de tempo universal. Nosso Marco Zero Foi a cidade de São Paulo dia 11 de Dezembro ás 6h30.
Outro fato interessante é que São José é o padroeiro da cidade brasileira que é considerada a capital do meio do mundo, só que neste caso ele era o meu piloto, “São” José Carlos.

Depois de um ano não tínhamos certeza se realmente queríamos rodar 14 mil Km ou descansar em uma linda praia, mas como já fomos picados pelo bichinho da aventura, optamos por ir, mesmo já tendo conhecido parte do Peru. Imagina, conhecido parte do Peru, só tínhamos ido até Cusco ou Cuzco. Os Incas não tinham o “Z” Zeta no seu alfabeto, por isso usaremos Cusco e Nasca.

Desta vez não me envolvi na pesquisa do roteiro, deixei tudo por conta do Zé. Minha vontade era pegar a estrada e decidir tudo pelo caminho. Foi importante definirmos por onde entraríamos na Bolívia, mas também muitos pontos foram definidos mais tarde, no meio do caminho. Olha a palavra “Meio” novamente aparecendo aqui. É que na realidade nós estávamos meio sem muita vontade de realizar esta viagem, mas foi só colocar a moto na estrada que a vontade apareceu.

É uma viagem muito longa para fazer em 24 dias. Sabíamos que seria muito puxado, praticamente 600km por dia sem direito a luxo. Enfrentaríamos algumas dificuldades nas estradas, hospedagem e até alimentação, uma vez que gostamos muito mais de ficar em cidades pequenas e não nos grandes centros.

Bolívia, Peru e Equador, tão parecidos e cada qual com suas particularidades. Sei que em pouco tempo não dá para ter uma noção total destes países, mas passar por diversos povoados, conversar com algumas pessoas, ver seu meio de transporte, como e o que comem nos fazem ter uma percepção melhor do que só visitar pontos turísticos.
Nem por isso deixamos de fazer turismo, entre uma cidade e outra, no “Meio” sempre tinha um lugar interessante para conhecer.

O ponto turístico que ficamos mais tempo foi a aduana da Bolívia, Puerto Quijallo (Quijarro).
Foram 6 horas de espera para ser atendido. Um desrespeito total. Muito desorganizado e um péssimo atendimento. Como estávamos começando a nossa viagem, resolvemos relevar e pensar que é apenas uma das dificuldades que teríamos que enfrentar e é bem melhor que seja no início do que no final que já estaríamos bem cansados. Então tudo que poderia acontecer de ruim, lembraríamos deste episódio e com certeza nem nos incomodaríamos com o que viesse pela frente. É a lei da compensação.
Agora se quiser dar um jeitinho também pode. Só existe o corrompido porque existe o corruptor. Pagando 100 bolivianos pode te livrar da fila. Depende da consciência de cada um.

Tivemos mais uma vez muita sorte, foram 24 dias de viagem e só choveu forte um único dia na volta. Por isso a importância de estar bem equipado. Sem se molhar praticamente nada a viagem ficou muito mais segura e agradável.

Algumas pessoas podem até pensar que viajar durante 24 dias, horas e horas na Garupa deve ser muito chato. Penso da seguinte forma, as pessoas podem ter um chofer, certo? Eu tenho um Piloto. A vantagem é que eu confio muito nele e isso me dá muita segurança. Sem contar que eu tenho a oportunidade de observar muito mais do que ele.

Resumindo, a viagem passa a ser até mais interessante pra mim do que pra ele. Tenho oportunidade de fazer muitas fotos e ainda cumprimentar as pessoas pelo caminho. É engraçado como parecemos diferentes. Eles nos olham de uma forma até divertida. Pais mostram pros filhos, pedem para dar tchauzinho e eu fico me imaginando Fantasiada de Bob Esponja, porque com a bunda quadrada eu já estava.

O Zé Carlos vai falar mais da parte da pilotagem e da burocracia das aduanas, no meu caso vou falar de hospedagem, alimentação e pontos turísticos.

ALIMENTAÇÃO:

Pra mim é bem complicado, principalmente por que estamos viajando de moto. Não me arrisco a experimentar tudo que vem pela frente. Nestes países tem muitas comidas exóticas e como este não é meu objetivo, viagem gastronômica, prefiro degustar paisagens, que além de manter a forma dá uma paz de espirito. Geralmente não almoçamos, a não ser que estamos descansando em alguma cidade, preferimos comer algo leve durante a viagem. O café da manhã dos 03 países é muito diferente do nosso. Chamado de “desayuno continental”, que consiste em café, leite, chá, um copo de suco de frutas, uma porção de geleia, uma porção de manteiga e dois pães por pessoa.

O que eu mais gostava era do café da manhã peruano, eles servem um tipo de leite que vem em um pequeno pote chamado “Leche Evaporada”. Uma delícia se misturado com o café ralo que eles servem e o pão peruano andino também era o meu predileto.
Na Bolívia e no Peru a sujeira era tanta que não me animava a comer quase nada natural, preferia os industrializados, embalados e lacrados e ficava bem atenta a data de validade.

Muitas frutas pelo caminho, mas a forma como eles vendiam, as vezes no chão ou em carrinhos de pedreiro e com muito lixo em volta, eu acabava desistindo de comer. Isso era muito comum nas cordilheiras, onde vivem os andinos. Gosto de passar por estes lugares e ver a forma como eles vivem, mas comer o que eles comem já são outros quinhentos. No Peru, tem um prato típico chamado Cuy, uma espécie de roedor que me lembra muito um ratinho que cruzou com um coelho. Nem pensar em experimentar, mas o Pisco Souer e o ceviche eram obrigatórios no nosso cardápio.
Na Bolívia o mais pedido era o Chicharrón, os ingredientes parecem bem interessantes, mas a aparência não me agradava. No Equador já eram as fritadas de chancho, em todos os lugares eram vendidos, principalmente nas ruas. Comidas diferentes não faltaram nesta viagem, mas também é possível comer muito bem e barato. Quando chegávamos nas grandes cidades, podíamos escolher um bom restaurante e gastar R$ 50,00 (dois pratos, vinho ou cervejas). Um fato interessante é que no Equador, nas cidades pequenas, os pratos eram PF (prato feito), não tinha opção, o garçom parava ao lado da mesa e dizia os dois pratos que tinham e pronto, era pegar ou largar.

Lugar friozinho merece uma sopa, então era o que eu mais pedia, principalmente a de aspargo, não tinha erro e depois eu filava um pouquinho do prato do Zé pra complementar, porque os pratos eram bem servidos. Sugestão, peça um prato para dividir para dois e se quiser peça outro depois, porque muitas vezes sobrava comida. Todos estes países o que mais se serve são batatas de todos os tipos, existem mais de 4000 especies, contando com as doces. Alguns restaurantes têm arroz, mas feijão, nem pensar. O único lugar que eu vi foi em supermercados, é que não é muito comum no cardápio deles.

Não era muito comum também ver as pessoas consumindo bebidas alcoólicas, até mesmo cerveja. Na Bolívia o que é mais comum é limonada ou “Mocochinchi”, que é um refresco de pêssego, cravo, canela e açúcar servido bem gelado e no fundo da jarra, pêssegos cozidos.
Em toda região andina , os mais consumidos são as “chichas de jora”. É mais ou menos como a nossa cerveja. Ela é feita de milho (maiz) fermentado e o grau alcoólico depende do chichero, pessoa que faz a chicha. Termo também que se dá aos males andinos, como dor de cabeça, falta de ar e tontura. Deve ser por causa dos sintomas de embriaguez que a bebida causa.

Tradição é o que não falta nestas regiões. A impressão que tenho é de voltar no tempo. Ver as mulheres andinas pastoreando as ovelhas, a agricultura familiar nos vales, a forma como transportam crianças e suprimentos nos aguayos, tecido feito de lã de alpacas, lhamas ou vicunhas. Tudo isso é muito encantador de se ver.

HOSPEDAGEM

Diferentemente do Brasil, estes três países tem preços muito baixos. Um hotel três estrelas nós pagamos entre R$ 60,00 a no máximo R$ 200,00. Esta avaliação por estrelas não é muito certa, deve ser por causa da cultura. O item limpeza deixa muito a desejar, principalmente nos banheiros. Não espere encontrar as estrelas que estão indicando, mas talvez algumas visitas inesperadas, como por exemplo, a Dona Baratinha. Em Roboré nos hospedamos no “La Casona” e eis que a estrela da noite resolveu aparecer. Jamais dormiria com ela no quarto, então pedi para o Zé Carlos expulsá-la, mas ele se recusou totalmente, aliás já estava deitado. Obrigatoriamente tive que chamar o vigia da noite, um sujeito 4×4 que não estava entendendo o que eu queria, mas assim que ele viu entendeu na hora. Quem não entendeu fui Eu, pensei que ele mataria a barata com o pé, mas para o meu espanto ele pegou com a mão. Ainda teve tempo para olhar pro Zé e quem sabe pensou: _Viu como se faz? Depois que ele saiu caímos na risada. Jamais imaginei que ele faria aquilo. Enfim consegui dormir com uma estrela a menos.

Muitos não oferecem o café da manhã, mas pode indicar um lugar para comprar. Não pensem que as padarias são iguais as nossas. Nestas pequenas cidades a padaria só vende o pão e o leite e não têm o trabalho de juntar tudo e preparar o desjejum.

Quanto a segurança, todos os hotéis em que dormimos me pareceu que não teria problema algum, mas por incrível que pareça, no Brasil, em Corumbá, teve um hotel que desistimos de ficar por causa deste item e no  fim tivemos que ir pro hotel mais caro só para dormir algumas horinhas.

Desta vez não escolhemos nenhum hotel pelo Booking ou Decolar, porque não queríamos reservar e correr o risco de perder. Preferimos acordar cedo, seguir viagem e dormir onde estivéssemos cansados. Algumas vezes tivemos sorte, outras não, como por exemplo “Entre Rios (melhor se hospedar em Buena Vista) e Juliaca (melhor em Puno). O que percebi é que estes países estão crescendo muito e com certeza, em pouco tempo, vão analisar melhor este item hospedagem.

PONTOS TURISTICOS

Neste bloco vou falar dos novos lugares que conhecemos com este roteiro, porque em 2008 visitamos o Peru até chegarmos em Machu Picchu. Cusco é um lugar que vale muito a pena conhecer, mas não em poucos dias. Tem muitas opções de passeios incluindo danças típicas, cultura Inca, ecoturismo e a famosa gastronomia.

Vou falar um pouco de cada ponto interessante que visitamos neste roteiro, começando pela Bolívia, depois Peru e finalmente Equador.

Estrada da Morte / Coroico:  Saindo de La Paz, se você conseguir, é claro, são 110km. O ideal é chegar lá antes dos milhões de ciclistas que descem a estrada. Junto com eles é impossível fazer fotos nos pontos bonitos do passeio. Eles formam filas para registrar a descida o tempo todo. Tem alguns guias, que fazem as fotos, que não respeitam muito os turistas que não são do grupo deles. O caminho é incrível, difícil imaginar que ali passavam caminhões. Hoje é uma estrada turística. Gostamos tanto que descemos e subimos a estrada da morte no mesmo dia. O interessante é a diferença que tem na subida e na descida, a paisagem muda dependendo do horário que você realiza o passeio.
Chegar em Coroico é muito legal, a cidadezinha fica bem no alto. Para chegar até lá tem que subir uma estrada de pedras. Uma opção é hospedar-se lá, mas como queríamos subir também a estrada da morte, ficamos um pouco e seguimos viagem. Quando estávamos descendo, tinha uma corda esticada na estrada, tipo um pedágio, queriam cobrar por pessoa, mas falamos que era uma moto e que pagaríamos pelo veículo e assim foi. Como tudo na Bolívia é arcaico, não temos certeza se é cobrado ou não. Pelo menos na volta não tinha ninguém cobrando.
Gostei muito da subida, principalmente porque a estrada era só nossa. As fotos irão mostrar o quanto vale conhecer este lugar e as emoções que nos causaram.

Chivay – Peru: Nossa intenção era sair de La Paz e ir direto para Chivay (520km), mas quando chegamos em Juliaca (PE) olhamos para o horizonte e vimos que estava caindo uma chuva torrencial. Até tentamos, mas a 4800m de altitude, ficar molhado não é uma boa ideia. Como respeitamos a natureza, tivemos que nos desrespeitar, nunca me imaginei dormindo em Juliaca.  Eita cidadezinha complicada e agitada. Apesar de ter crescido absurdamente estes últimos 5 anos, ainda é um lugar que a energia é nervosa, tanto é que quase brigamos e até pensamos em voltar pro Brasil. Do dia em que saímos até aquele dia, o único passeio legal que tínhamos feito foi a Estrada da Morte. Pensamos que não teria mais nada interessante pela frente e o deslocamento até ali já tinha cansado a beleza, que por sinal falta muito em Juliaca.
Resolvemos o problema mudando de hotel, afinal quando viajamos de moto o momento mais aguardado é o banho quente e uma cama razoável, para dar continuidade no dia seguinte.

Amanheceu sem previsão de chuva e seguimos para Chivay. Contrariando a nossa natureza, foi a melhor coisa ter dormido em Juliaca, porque para chegar em Chivay tem que descer as cordilheiras e se tivéssemos pego com chuva, não teríamos visto a beleza do lugar.

Chivay é para passar no mínimo três dias. Infelizmente não tínhamos este tempo. Colca, chamado de Paraíso profundo, é um Canyon incrível. Fomos até o Mirador Del Condor, mas nos disseram que eles ficam por ali na parte da manhã. Depois de algum tempo contemplando aquela beleza, adivinha quem apareceu? Ele mesmo, o Condor dos Andes. Fez um único voo rasante para ser fotografado e sumiu de nossas vistas. É a segunda mais pesada ave voadora do mundo (11/12kg), com envergadura acima dos 3 metros.

Fomos até um Pueblo chamado Cabanaconde. Região fantástica para andar de moto e pra quem gosta de aventura, cultura, turismo vivencial, artesanato, trilhas, vulcões, termas, geisers.. Ufa, como falei, não falta o que fazer. Pra quem estava pensando em desistir da viagem um dia antes, este foi o lugar mais inspirador para continuarmos. Pena que não conseguimos ir até um dos vulcões, tentamos, os três tombos não fizeram com que desistíssemos, mas a estrada abriu uma cratera e foi impossível seguir adiante.

Nasca – PE: Ponto turístico e muito conhecido pelos misteriosos geoglífos, no deserto de Nasca, na região de Ica. Centenas de desenhos geométricos traçados na superfície terrestres pela cultura Nasca. Lugar visitado por turistas do mundo inteiro. Tem duas formas de conhecer, uma por voo a e outra por altas torres, na beira da estrada. Na minha opinião a melhor forma de visualizar é fazendo um sobrevoo de avião, porque pelas torres não dá a mesma ideia dos desenhos visto de muito alto. O valor deste passeio é US$ 75,00 por pessoa, já o visto pelo Mirador custa só 2,00 (dois soles) equivalente a R$ 1,68. Estas torres ficam na estrada em sentido a Ica, onde fica o oásis conhecido como Huacachina, mas este vou falar mais adiante.

Paracas –PE: A Reserva Nacional de Paracas é um lugar indispensável para conhecer. Melhor ainda é que a gente pode fazer o passeio com a moto e assim fazer lindas fotos. No mesmo lugar, em Paracas, tem um passeio de barco para área natural chamada “Islas Ballestas”, que é uma pequena amostra do que seria Galápagos. Pinguins, leões marinhos, muitas aves e o oceano pacífico, belezas que pudemos registrar e certificar de que a natureza é espetacular. O valor do passeio é muito baixo, 35,00 soles por pessoa, equivalente a R$ 29,00.

Cuenca – Equador: Patrimônio Mundial da humanidade, Cuenca está localizada nos Andes, a 2500 m de altitude. É uma cidade histórica com arquitetura colonial espanhola, muito charmosa. Fomos visitar uma fábrica de chapéu Panamá, que na realidade é equatoriano. Não foi possível comprar, porque de moto fica difícil transportar sem amassar, mas se realmente fizer questão, eles despacham para qualquer lugar, inclusive para o Brasil. Pra quem gosta de visitar igrejas, só em Cuenca tem mais de 50. Também o que não falta são bons lugares para comer e se hospedar. Quem gosta de comida típica, vá até o mercadão que encontrará de tudo, inclusive frutas da região. Cerejas a preços de banana.

Trem Nariz do Diabo / Alausi – Equador: Um dos passeios mais esperado da viagem. Valeu muito a pena conhecer este lugar. A pequena cidade vive do turismo do trem e apesar disso tem poucas hospedagens e restaurantes. Muitas pessoas saem de Quito para fazer o passeio, mas como estávamos de moto, preferimos nos hospedar em Alausi e não ter que voltar tudo de novo de van ou ônibus. A passagem do trem é US$ 25,00 por pessoa, aproximadamente R$ 67,00 e inclui um lanche. O visual é incrível, mas só foi possível ver de dentro do trem. É que até 2007 podia-se fazer essa viagem em cima do vagão, mas por questões de segurança, hoje não é mais permitiddo. Tem um museu que explica toda a trajetória da construção da estrada de ferro e das mortes que ocorreram devido as dificuldades desta grandiosa obra. É bem divertido, na chegada tem uma apresentação de dança típica e os turistas são convidados a participar.

Baños – Equador: Aqui o que se respira é puro esporte de aventura. Rafting, escalada, bugee jumping, ciclismo e até uma casa na árvore para monitorar um vulcão ativo que de vez em quando entra em erupção.  A estrada é linda, mesmo com garoa em alguns trechos, a gente resolveu só ficar andando de moto. Este lugar lembra muito o Brasil por causa da vegetação. Deu para matar um pouquinho a saudade de casa, afinal era véspera de natal e a gente estava bem longe. Mas foi ótimo, escolhemos um bom restaurante e tivemos um jantar especial com um bom vinho e boa comida. Por ser turística, o que não falta é hotel e bons restaurantes e o mais incrível, com excelentes preços. Passaria mais uns dois dias em Baños, fácil.

Quito – Equador: Chegamos ao Meio do Mundo, destino final de nossa viagem. Antes queríamos ver os vulcões na famosa “Avenida dos Vulcões”, mas a natureza não permitiu. O tempo estava fechado e não deu nem para ver um pedacinho dele. O Cotopaxi é o mais apreciado, mas existem muitos outros vulcões que podem ser visitados. Como estão todos próximos um do outro, não deu para visitar nenhum. No Cotopaxi não pode subir de moto, foi proibido a uns anos atrás, mas se estiver de carro é só pagar a entrada do parque e subir. No nosso caso teria que ser uma van, que custa US$ 30,00 por pessoa, com o valor do parque já incluso. Achamos que não valia o investimento naquele dia, por causa do mau tempo, mas isso deixa uma brecha pra quem sabe uma próxima volta.  Tem Galápagos que também não daria tempo para conhecer, então é só unir o útil ao agradável retorno.

Já que fomos ao meio do mundo, tínhamos que pelo menos chegar no parque onde foi construído o marco. Enfim chegamos, mas a fila estava enorme e acabamos vendo só de fora.
O valor do Ticket para os passeios completos é US$ 7,50, mais ou menos R$ 20,00. Hora de retornar e começamos assim que saímos dali, optamos por não dormir em Quito e seguimos para Canoas, no litoral do equador. Bem conhecido este lugar, mas não me agradou. É um tipo de praia badalada que não tem boas hospedagens e devido a época do ano, já estava bem lotado.

Depois de pensar muito, resolvemos voltar pelo mesmo caminho da ida, já que as outras alternativas ou eram mais distantes ou aumentava os custos da viagem. Uma delas era despachar a moto de Rio Branco- AC, mas os preços das passagens de avião estavam um absurdo, por volta de R$ 2.000,00 pp e ainda tinha o frete da moto. A mais improvável, mas também cogitado, era deixar a moto em Quito e voltar no final de 2015 para seguir viagem para Colômbia e quem sabe outro país. Mas a burocracia é bem complicada, teria que ficar renovando a permanência de 3 em 3 meses e pelo que entendemos, tem que ser o proprietário, pessoalmente.

Ica / Huacachina – PE: Escolhemos este lugar para descansar. Esta viagem é muito puxada e quando vai chegando a hora de voltar, a vontade de chegar em casa fica maior, por isso a pausa, para colocar a adrenalina em ordem e repensar tudo o que foi feito.

Na ida já tínhamos parado em Huacachina e foi ali que conhecemos um equatoriano, Juan Francisco, responsável por algumas dicas desta viagem. Como era dia de descanso, escolhemos um bom hotel, com uma cama boa e bem localizado, o Chicai.
Aproveitamos o dia para fazer um passeio de jipe nas dunas. Incrível! Muito bom, teria me arrependido se não tivesse feito. La de cima dá para ver o oásis inteiro. O passeio é curto e custa 30,00 soles por pessoa, aproximadamente R$ 25,00. Na volta, se quiser ficar lá em cima e ver o pôr do sol, é bem interessante, mas não esqueça que depois tem que descer tudo a pé. Jantamos no Restaurante Mansones, que também é um hotel suntuoso.

Avaliação desta viagem.

Minha avaliação será de garupa uma vez quem pilota é o Zé. Logo de cara posso dizer que só de pensar desanima e ainda nos 03 primeiros dias continuo desanimada. Isso se deve ao fato de não me desligar das coisas que deixei para trás. A rotina é muito boa, mas nos deixa bitolados, por isso acho muito importante sair de férias e fazer algo completamente diferente, até mesmo para sentir falta da rotina. Enfrentar novos desafios, como clima, alimentação, idioma e novas moedas não é muito agradável quanto observar as intrigantes paisagens destes países. Passamos por diversos pontos turísticos, uns conseguimos visitar, outros não e essa é uma das lições que aprendemos quando viajamos, escolher um e deixar outro. Às vezes é complicado, porque não sabemos se voltaremos um dia, então tem que ser a escolha certa. Escolhas estas que se davam muitas vezes pela intuição. Pra ser sincera, não me preparei nada para esta viagem e deixei que a minha intuição me levasse e por incrível que pareça foi tudo perfeito. Muitos anjos apareceram em nossos caminhos e posso dizer que isso aconteceu desde o primeiro dia. Passar pela Bolívia era algo que me assustava, incrível, mas me senti super segura, não percebi nada de anormal e foi assim também no Peru e no Equador.
Sempre cuido muito das minhas coisas quando viajo, mas desta vez estava tão tranquila que acabei deixando coisas para trás. Isso teve um grande significado pra mim. Acredito que realizar este tipo de viagem não é só conhecer países novos, é voltar para dentro de nós e descobrir um pouco quem nós somos. Por isso sempre que me perguntam “Você teve coragem?”, respondo:_ Descubro durante o caminho. É logico que enfrentamos nossos limites, ansiedades e inseguranças e é assim na vida, só que viajando de moto a gente acaba passando por tudo isso num curto período de tempo e de forma mais intensa.
Pelo visto, Bolívia, Peru e Equador também estão passando por este processo. Apesar de pouco tempo em cada um deles, deu para perceber que estão crescendo e o que é melhor, respeitando a cultura.


 
Viagem Realizada 11/12/2014 a 03/01/2015
Quilometros Rodados 14.345 km
Despesas Aproximadamente US$ 135,00 por dia (mais ou menos R$ 350.00) Inclui: combustível, refeições, passeios, hospedagem e manutenção da moto. Lógico que vai depender da exigência de cada pessoa quanto a hospedagem e refeições.
Dia CIDADE CIDADE Pais KM
11/12/14 São Paulo Campo Grande BRA 990
12/12/14 Campo Grande Roboré BOL 675
13/12/14 Roboré Entre Rios BOL 650
14/12/14 Entre Rios La Paz BOL 635
15/12/14 La Paz La Paz BOL 290
16/12/14 La Paz Juliaca PER 370
17/12/14 Juliaca Chivay PER 380
18/12/14 Chivay Nasca PER 660
19/12/14 Nasca Paracas PER 260
20/12/14 Paracas Lima PER 270
21/12/14 Lima Huanchaco PER 570
22/12/14 Huanchaco Catacocha ECU 650
23/12/14 Catacocha Alausi ECU 450
24/12/14 Alausi Banõs ECU 460
25/12/14 Banõs Canoas ECU 360
26/12/14 Canoas Guayaquil ECU 430
27/12/14 Guayaquil Piura PER 570
28/12/14 Piura Lima PER 1.010
29/12/14 Lima Huacachina PER 340
30/12/14 Huacachina Arequipa PER 745
31/12/14 Arequipa La Paz BOL 560
01/01/15 La Paz Sta. Cruz de la Sierra BOL 900
02/01/15 Sta. Cruz de la Sierra Corumbá BRA 670
03/01/15 Corumbá São Paulo BRA 1.450
    Total   14.345