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Pantanal Express – Viajar de trem é literalmente desacelerar. Às vezes, na correria do dia a dia nem paramos para observar e apreciar as coisas simples da vida.


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  VERSÃO PILOTO

COMO CHEGAR

A 1.030 Km de S. Paulo. Pela Castelo Branco / BR 262

ESTRADAS

Até a divisa de estados entre SP/MS, no lado paulista, as estradas são ótimas, com excelente asfalto, postos de combustível, socorro mecânico da concessionária, mas é só atravessar a divisa que você já percebe a diferença no asfalto.
Daí em diante é preciso redobrar a atenção, a pista oscila entre trechos de piso bom e trechos com muitas irregularidades.
Por ser pista única de mão dupla e com muitos caminhões deve-se ter atenção o tempo todo.
Pra quem curte fazer uns lanchinhos pela estrada, aproveite enquanto estiver por São Paulo depois as opções são poucas.

O QUE FAZER

Essa é uma viagem pra quem curte rodar muito de moto e não faz muita questão de curvas (como alguns amigos). É reta praticamente todo o tempo. Depois de rodar 1.030 km até Campo Grande, nos hospedamos no Concord hotel, que além de bem localizado tem uma ótima cama. Claro que antes fomos aproveitar uma festinha junina na
Casa do Artesão ao lado do hotel, tudo “de grátis”.
No dia seguinte às 7:30 embarcamos no Trem do Pantanal, rumo a Miranda, são 230 km percorridos a 30km/h. Não se assustem não, é pra desestressar mesmo, tá com pressa?
Chegamos às 18h. E pra quem pensa que demorou se enganou. A paisagem é linda, parece que durante toda a viagem uma pintura vai passando pela janela. As poltronas são muito confortáveis, e dá pra virar uma de frente para a outra, fica ótimo. Durante toda a viagem rimos muito com uma dupla de palhaços/cantores que animam a viagem. Além de todas as histórias bem humoradas dos guias Bruno, Samantha e Fábio, que vale um agradecimento especial pela atenção e carinho que tiveram conosco. Ah, e ainda tem o vagão bar/restaurante. Almoçamos em Aquidauana, onde o trem faz uma parada.
Em Miranda, que é uma cidadezinha pra lá de simpática, ficamos hospedados na Pousada Águas do Pantanal, que além de estar localizada próxima das principais fazendas, tem até uma piscina pra descansar e tomar uma cerveja na volta dos passeios.
Pra variar um pouco a noite fomos a uma grande festa junina que rolava na cidade.
Dia seguinte 8h já estávamos na Fazenda San Francisco, uma típica fazenda pantaneira, fizemos o tour pelas trilhas numa pick-up adaptada para levar turistas a um safári fotográfico. Após contemplar a natureza e conhecer de perto várias espécies, ainda deu tempo de conhecer a famosa chalana. Almoçamos, Ufa! E seguimos para a Fazenda Cacimba de Pedra,
que é um criadouro de jacarés, onde até beijo em jacarés você pode dar.
Depois de conhecer todo o processo de criação e preservação desses animais, conhecemos também um pouco da estrutura da pousada da fazenda, tudo de muito bom gosto e muito bem cuidado, sem dúvida vale muito a pena conhecer.
No começo da noite estávamos nós de volta a Miranda, um rápido banho, beijos e abraços de despedida, com promessas de voltar com mais tempo, e embarcamos agora no ônibus que nos levou de volta a Campo Grande. Chegando lá, agora sem festa junina, dormimos e no dia seguinte às 8h embarcamos na V-Strom rumo a São Paulo, chegamos na Marginal Pinheiros exatamente às 18h, da pra imaginar o contraste? Já começou o estresse de novo!
Aproveito o trânsito e já começo a planejar a próxima viagem.

COMER & BEBER

Nesse quesito vou apenas destacar o que mais gostei, até porque nossa viagem foi bem corrida e realmente o que mais queríamos era comer com os olhos.
Tomamos nosso café da manhã chacoalhando no trem, e olhando as pinturas passar pelas janelas, chato né?
Almoçamos muito bem na Fazenda San Francisco, simples, mas delicioso.
O café da manhã da Pousada Águas do Pantanal, super bem servido.

MEUS COMENTÁRIOS

Acho que uns dois ou três dias a mais, para fazer esse roteiro, não seria uma má idéia. Daria para ir até Bonito, que fica a 140 km de Miranda ou ainda, até Corumbá 220 km e depois até a Bolívia quem sabe, melhor não. Chega! se não daqui a pouco estamos no Peru de novo.
Mas na verdade o Pantanal é muito grande e tem muita coisa pra se fazer e conhecer. É um excelente roteiro pra se fazer de moto, com boas estradas, mesmo as de terra que levam até as fazendas, são tranqüilas até para motos custom. E pra quem pretende fazer essa viagem em grupo, consulte o Trem do Pantanal, eles pretendem colocar um vagão para transportar as motos, ai vai ficar perfeito!
Quer um conselho? Programe sua próxima viagem para o Pantanal.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Stely – Serra Verde Express

Patrícia – BWT Operadora

Concord Hotell

Fátima e Luiz – Pousada Águas do Pantanal

Rosaura e Gerson – Fazenda Cacimba de Pedra

Fazenda San Francisco


 

  VERSÃO GARUPA

“Ando devagar porque já tive pressa e levo este sorriso porque já chorei demais…”

Esta foi mais uma daquelas viagens que nos ensinam muito sobre a vida.
Foram 12 horas de garupa quase sem parar, nossa sorte é o fuso de 1 hora que faz a gente ganhar tempo na chegada.

Pantanal Express foi o tema deste roteiro por causa da rapidez que tivemos que ir, conhecer e voltar de Mato Grosso do Sul. A princípio seria apenas uma viagem para conhecer o Trêm do Pantanal, já conhecido como o Trem do Lula.
Saímos na sexta feira cedinho para então pernoitar em Campo Grande e logo pela manhã pegar o trêm e viajar durante 12 horas até Miranda, que é uma pequena cidade que faz parte do imenso Pantanal. Logo imaginei que não agüentaria todo este tempo. Já fiz outras viagens de trem, mas não tão demorada assim. Engano total, na realidade nem percebemos o tempo passar, pois a viagem é muito interessante, com belas paisagens, paradas em alguns vilarejos com direito a recepção dos moradores do local. Além de tudo isso tivemos também interatividade, isso mesmo, a Trupi do Pantanal, que são dois artistas com um repertório muito bom de músicas e textos com propostas ecológicas e culturais, divertidíssimos. Sem contar com os monitores que estão presentes o tempo todo tornando a viagem ainda mais agradável. Só um detalhe, se comprarem a classe econômica, não terão direito as estas vantagens, por isso indico a classe turística. O trem dispõe também das classes executiva e super luxo. As poltronas são confortáveis e caso venha viajar com amigos ou familiares, elas viram e formam tipo um lounge.
Acho importante também avisar que por enquanto eles estão com saídas aos sábados retornando aos domingos (consulte a BWT operadora)

Viajar de trem é literalmente desacelerar. Às vezes, na correria do dia a dia nem paramos para observar e apreciar as coisas simples da vida. Quem vive nos grandes centros, sabe muito bem do que estou falando. Não dá nem para imaginar o que vem a ser 30km/h, a não ser no engarrafamento do trânsito.
Por esse e outros motivos é que de vez em quando temos que desacelerar, e esta viagem de trêm, por durar 12 horas, nos dá a oportunidade de reaprender a observar e perceber que nem tudo na vida tem que ser pra ontem. Que os detalhes realmente fazem a diferença. Acreditem se quiser, mas no decorrer da viagem teve momentos que achei que o trêm estava rápido demais, pois quando queria tirar uma foto já tinha passado e eu perdia a cena.
Fora tudo isso, tivemos a oportunidade de conhecer parte da maior planície alagadiça do mundo e ela está aqui no Brasil e é todinha nossa.
Nosso plano era voltar no dia seguinte no mesmo trêm que sai por volta das 8h. Mas seguindo a sugestão da BWT, a operadora que nos proporcionou este passeio, resolvemos conhecer um pouco do Pantanal, pois durante a viagem de trêm não é possível avistar os jacarés e nem ter uma idéia o que vem a ser uma fazenda pantaneira.
Chegamos à noite e a nossa intenção era ganhar tempo e fazer uma focagem noturna, que é uma espécie de safári, mas devido ao horário não foi possível. Aproveitamos então para fazer um outro tipo de focagem, a festa Junina, com direito a pau de sebo, fogueira, leilão, barraquinhas e música típica.

No hotel em que nos hospedamos em Miranda, a proprietária Fátima nos sugeriu visitar duas Fazendas muito conhecidas na Região, a Fazenda San Francisco e a Fazenda Cacimba de Pedra. Por ser também operadora de turismo, ela nos presenteou com estas duas visitas por meio período em cada. Geralmente você pode dormir nestas fazendas, pois elas viraram pousadas ou se preferir ficar na cidade, pode passar o dia e fazer as seguintes atividades: safári fotográfico para conhecer os animais diurnos/noturnos e seus hábitos; passeio de chalana, pescaria; cavalgadas; canoagem.
O ideal é ficar um dia em cada e usufruir de tudo um pouco, mas como o tempo estava curto optamos pelo safári fotográfico na Fazenda San Francisco, onde fomos orientados pelos simpáticos guias, Leandro e Armando. Não tivemos a oportunidade de fazer um passeio de chalana, mas acabei fazendo algo muito diferente, pesquei um jacaré, não estava nos meus planos, mas acabou acontecendo. É que enquanto pescávamos piranha para alimentar um Gavião amigo da fazenda, o faminto do jacaré veio roubar a minha isca. Na hora pensei que fosse um dourado, por causa do peso, mas de repente aparece o guloso enganchado no anzol. Isso não é estória de pescador não, é pura verdade.
Bonito mesmo foi ver o vôo rasante do gavião para pegar o peixe, só aí já valeu muito, o passeio da chalana fica pra próxima.
Para passar o dia na fazenda custa por volta de R$ 90,00 por pessoa , mas acredito que cada uma deve praticar um preço de acordo com as atividades que proporcionam. É só pesquisar.
Depois de almoçar com um casal super simpático e com histórias interessantes, fomos para a Fazenda Cacimba de Pedra. Lá fomos guiados pelo Cláudio, irmão do Armando, lembra? Acho que a família toda é guia. Gente boa demais da conta, eles falam assim mesmo, lembra muito o povo de Minas. Esta fazenda tem um criadouro de jacarés para abate. Incrível, mas mais uma vez vocês não vão acreditar, fizemos um passeio de barco num lago cheio de jacarés enormes, na realidade eu não sei onde estava com a cabeça, o que a gente não faz por umas fotos. Pensando bem, acho que eu não faria novamente, vai que o barco vira. Tivemos a oportunidade de saber tudo sobre os jacarés, desde o nascimento até o fim de seus dias, no caso da fazenda, na hora do abate. Ali os jacarés têm os dias contados. Mas não se preocupem tudo é feito corretamente de acordo com o Ibama.
Hora de tocar o berrante, várias tentativas e nada. Etá coisinha difícil. Desta vez não deu, tenho que treinar, quem sabe daqui um ano. Neste caso vamos experimentar o Terere. O que é isto? É uma bebida típica da região, lembra muito o chimarrão.
Fim de tarde, mais um presente fantástico, lua cheia, lindíssima, não poderia ter final mais encantador. Tínhamos que ir embora, nosso ônibus partiria as 19h40minh. Valeu muito a pena. Faria tudo de novo, mesmo com essa correria toda.
Foi uma viagem única, daquelas que ficará em meu coração por muitos anos, quem sabe pra sempre. Conhecer o Pantanal, de moto, de trem, de ônibus, a pé, de barco… seja como for é muito bom. A vida simples das pessoas do campo, o jeito lindo de ver a vida e saber agradecer a cada momento através do respeito à natureza, faz com que eu tenha uma admiração muito grande por estas pessoas e me motiva a voltar mais vezes e a dizer para vocês que não deixem de conhecer o Pantanal.

“Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe ,eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei…”

Tocando em frente – Almir Sater e Renato Teixeira

 
Distância SP-C. GRANDE-MS A 1.030 Km de S. Paulo. Pela Castelo Branco / BR 262
Tipo de viagem Feriado Prolongado / Férias
Viagem realizada em Junho/2009
 Sites www.serraverdeexpress.com.br
http://www.bwtoperadora.com.br/   
www.hotelconcord.com.br

http://www.aguasdopantanal.com.br/
http://www.cacimbadepedra.com.br/
ww.fazendasanfrancisco.tur.br