Bonito – Vontade de ver tudo é o que não falta, só o tempo que será curto para apreciar tantos lugares encantadores. Acompanhem o dia-a-dia de nossa viagem e curtam as fotos, que certamente deixarão vocês com muita vontade de conhecer mais este pedaço do Brasil, afinal, não é por acaso que se chama BONITO.


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Apoio: 

  VERSÃO PILOTO

1º dia – 16/04/10 – Deslocamento – São Paulo a Presidente Prudente/SP

De São Paulo até Presidente Prudente, viajando de moto durante a noite é uma coisa que muitos acham perigoso ou inadequado, mas contrariando a maioria, eu adoro viajar as escuras. Claro, que por estradas confiáveis e bem conservadas, como são a maioria das estradas paulistas. Melhor ainda se for pilotando a nova BMW GS 1200 modelo 2010. O que já era bom, ficou ainda melhor.
Aparentemente são poucas as diferenças, mas são nos detalhes que se constroem as grandes maquinas. O motor com 110 cv ficou ainda mais amigável de pilotar, tanto em baixas como nas altas rotações, e a possibilidade de escolher o modo de pilotagem sport, normal ou confort é uma diversão. Outro diferencial que me chamou a atenção, foi depois de rodar por quase 600 km em pouco mais de quatro horas, não sentir nenhuma dor na bunda. Eu notei, o banco de gel é um dos pontos altos dessa devoradora de estradas…..continuamos amanhã!  

 2º dia – 17/04/10 – Presidente Prudente/ SP a Bonito/MS

Saímos de Prudente as 9h e chegamos em Bonito as 16h, esse trecho acabou demorando mais do que o previsto, em virtude das obras nas rodovias, e como não tivemos muita sorte, paramos em quase todos os bloqueios.
Mas, continuando nossas avaliações sobre a nova GS, vamos a mais alguns dados interessantes:
Consumo. A brincadeira no modo de pilotagem Sport tem seu preço, acelerando a 160 km/h ela fez 11 km por litro. Já no modo normal a uma média de 120 km/h ela ficou na média de 15 km por litro, em ambos os casos com garupa e três cases.
Um ponto negativo é o novo escapamento, que para uso na cidade ou em viagens curtas o ronco mais forte pode até ser estimulante, mas nas viagens mais longa se torna bastante cansativo.
O guidão com um mancal um pouco mais alto também ajuda no conforto em viagens de longa duração.

3º dia – 18/04/10 – Bonito – Gruta do Lago Azul / Rio Sucuri (flutuação)

PS. Adivinha o que o Piloto está fazendo?
Dormindo, é claro. Acho que hoje eu ainda vou continuar no meu papel de Arara, não a que fala, a que escreve.

Inté

4º dia – 19-04-10 – Bonito – Cachoeira Boca da Onça / Projeto Jibóia

Mais um dia madrugando em Bonito, aqui tudo começa muito cedo, e como o passeio de hoje fica a 60 km por estradas de terra, tomamos nosso reforçado café da manhã e saímos rumo a Fazenda Boca da Onça. O horário marcado era as 9:30 mas como a estrada estava bem esburacada e um longo trecho dela em fase de pré asfaltamento (o que vira um verdadeiro canteiro de obras, com tratores, caminhões, terra fofa, brita, carretas, caminhonetes e poeira que não acaba mais), chegamos atrasados, mas ainda a tempo de alcançar nosso grupo.
Depois de alguns kms de trilha pela fazenda e alguns mergulhos, chegamos na maior cachoeira do estado, com 150 metros de altura e que dá nome a fazenda, Boca da Onça. Até ai estava tudo bom, muito bonito, mas tínhamos que começar a voltar, e para isso tivemos que subir a maior escada que eu já vi na minha vida, “apenas” 866 degraus. Mas, como depois te todo sacrifício vem a recompensa, chegamos na sede da fazenda onde um enorme fogão a lenha já esquentava nosso almoço. A infra-estrutura da fazenda é impecável, pena que não pudemos aproveitar tudo que tinha a nossa disposição. Como queríamos assistir uma palestra no Projeto Jobóia, e os 60 kms de estrada de terra nos esperavam, tivemos que encarar. Alias, vale uma ressalva, a BMW GS 1200 é fera e encarou com louvor o trecho de terra, mostrando que não foge da briga, não importa o tipo de terreno. Depois de comer muito pó, chegamos na Pousada a tempo de um breve pit stop e fomos direto para a palestra do Henrique, o homem das jibóias, com direito até a fotos abraçando as bichinhas no final.
Por hoje é só.

5º dia – 20/04/10 – Mergulho com Cilindro / Parque das Cachoeiras

Nesse último dia de nossa viagem a Bonito vamos fazer um mergulho de cilindro e conhecer algumas cachoeiras, claro que nesses dias não conseguimos fazer todos os passeios, mas isso já da uma amostra do que essa região do nosso país tem a oferecer.
Depois de um curso básico de mergulho com cilindro fizemos nosso batismo no encontro dos rios formoso, formosinho e baia bonita. Confesso que já tinha pensado algumas vezes em experimentar esse esporte, mas sempre tive um pouco de receio.
Hoje pude concluir que entre a Terra, a Água e o Ar, a água não é meu habitat, me senti completamente vulnerável submerso. Mas de qualquer maneira valeu pela experiência, só assim pude chegar a essa conclusão.
Na sequencia fomos conhecer mais algumas cachoeiras, mais 36 km por estradas de terra bem mal tratadas, com muitas pedras soltas, que a BMW GS mais uma vez passou com louvor.Final da tarde, final de passeio, mas o dia não acaba aqui para nós. Anoitece e aproveitamos para selecionar e tratar as fotos, escrever o texto do dia e abastecer o site Moto A 2 de informações fresquinhas. E assim caminha a humanidade!

6º dia – 21/04/10 – Retorno a São Paulo

Hora de voltar pra casa, confesso que eu já estava com saudades de uma boa estrada de asfalto, e acho que a GS também, afinal a coitada encarou todo tipo de terreno. E, pra matar as saudades resolvemos fazer quase um Iron Butt na volta a São Paulo, foram 1.305 quilômetros direto com escalas só em postos de gasolina, deixamos Bonito às 8h e chegamos em São Paulo às 21h. Acho que agora deu pra matar a saudade do asfalto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De Bonito:
Vale muito à pena conhecer, a cidade tem uma ótima infra-estrutura turística e muitos lugares lindos pra quem curte ecoturismo. Mas programe-se, principalmente em alta temporada ou feriados prolongados, os passeios tem que ser agendados com antecedência, caso contrário corre-se o risco de não encontrar vaga e ai não tem choro, cada passeio tem um limite diário de visitantes.
Uma dica é consultar a Agência Ar, que atende 24 horas.

Das Estradas:
De São Paulo a Bonito optamos em ir pelo caminho mais curto, que nem sempre é o melhor e mais bonito. Foram 1.182 km pelas Rodovias Castelo Branco, Raposo Tavares, BR 267, BR 163 e MS 382. Como alguns trechos da BR 267 estão em obras isso atrasa bastante a viagem.
Na volta optamos pelo caminho mais longo, porém, evitando o trecho em obras, todas as estradas estavam em ótimas condições. Foram 1.305 km pelas Rodovias MS 382, BR 060, BR 163, BR 262, SP 300 e SP 280.

Da Moto:
Sem dúvida essa Big Trail é a moto ideal para viagens de longa distancia e em diversos tipos de terreno. O banco de gel, a posição do guidão, e o para-brisa alto garantem o conforto ao pilotar. O motor é outro ponto forte, trabalha muito bem em todas as faixas de giro com baixo nível de vibração.
Nas estradas de terra, o controle de tração e o excelente freio ABS facilitam a pilotagem e garantem maior segurança, mesmo com o piso molhado.
Para a BMW GS 1200 ficar ainda melhor só falta um detalhe, piloto automático.


  VERSÃO GARUPA

1º dia – 16/04/10 – Deslocamento – São Paulo a Presidente Prudente/SP

Finalmente conheceremos Bonito. Será uma viagem longa em poucos dias, mas vamos tentar descrever todas as emoções e sensações que este lugar nos proporcionará.
Resolvemos sair na sexta feira para adiantar nosso trajeto e valeu muito a pena, porque o por do sol estava maravilhoso. A impressão que tive é que estava numa exposição de arte, onde o artista tinha pintado uma tela com tons alaranjados sobre um fundo azul celeste e com pequenos detalhes em branco. Fiquei um bom tempo admirando aquela arte e pensando que poderia ter perdido tudo aquilo se deixasse para sair no dia seguinte. Logo em seguida os tons foram escurecendo e a noite chegando, e novamente o talentoso pintor, pegou seu pincel, com a cor prata desenhou pequenos pontos no céu formando as estrelas. Como durante a noite não dá para curtir a paisagem aproveitei para observar o céu e de repente vi a Lua sorrindo ainda alaranjada, como se tivesse roubado o brilho do sol. Sinceramente, acho que ela também estava feliz.
Mas ela ficou ali por pouco tempo e logo desapareceu deixando saudades.
Este pequeno percurso já deu para ter esta fantástica experiência, então imagina o que vem pela frente.

2º dia – 17/04/10 – Presidente Prudente/ SP a Bonito/MS

Nada como acordar cedo e por o pé na estrada. Dormir em Presidente Prudente foi a melhor escolha. Viajamos a noite, mas foi super tranquilo. Acredita que nem sono eu senti? Diferente de quando eu viajo de dia. O sol cansa muito mais e, além disso, as estradas no MS estão em obras, o que torna a viagem mais demorada que o habitual.
A topografia desta região é bem plana, sem altos e baixos, as árvores são bem distantes uma da outra, o máximo que a gente vê é pasto e algumas plantações de cana de açúcar e milho. Viemos por Dourados e entramos por Maracajú, poucas placas  indicavam Bonito, o que nos obrigou a parar várias vezes para perguntar. Interessante, nesta região, a vegetação fica mais densa e verde e surge até umas serras. Na chegada em Bonito deparamos com uma comitiva, com direito a peão de boiadeiro e berrante. Essas coisas só são possíveis quando se viaja por terra, se estivéssemos por via área, teríamos perdido esta oportunidade. Foi legal passar com a moto no meio da boiada em plena estrada. As araras passavam de vez em quando nos observando e dando as boas vindas. Tive uma ideia! Elas podem ser as mascotes do site motoa2. Pra quem não sabe, normalmente são encontradas em bandos, mas são aves monogâmicas e um único macho convive com a mesma fêmea por toda a vida. Não é lindo!
Chegando em Bonito, passamos na Agência Ar, que será o nosso receptivo durante nossa estadia. As meninas nos receberam super bem e pelo que entendi escolheram o melhor pra se fazer em Bonito nestes três dias. O ideal é passar mais tempo, porque atrativo é o que não falta neste lugar. A cidade é bem estruturada e preparada para receber o turista e tem mais uma vantagem, quando você chega ganha uma hora de presente para passar mais tempo, só que perde na volta. Bonito pode ser visitada o ano todo, só fica complicado na alta temporada, é necessário reservar com até cinco meses de antecedência,
Caso contrário fica difícil agendar os melhores passeios. Todos os dias os grupos de visitantes são controlados, visando preservar o meio ambiente, portanto programe-se. As agências praticam os mesmos preços, então cada qual tem que ter a criatividade de desenvolver diferenciais, por exemplo, a Agência Ar passa uma lista de lojas e restaurantes que seus clientes podem ter até 10% de desconto.
A pousada escolhida por eles foi a Arizona, por sinal de muito bom gosto. São bangalôs amplos com um jardim lindo.
Eu não via a hora de tomar um banho e descansar. Hoje nossa missão para o resto da tarde é aproveitar a pousada, dar um mergulho na piscina, fazer uma sauna, curtir um belo jantar e depois dormir, porque amanhã tem mais, e bem cedo por sinal.

3º dia – 18/04/10 – Bonito – Gruta do Lago Azul / Rio Sucuri (flutuação)

Bom dia! Nada como acordar com um belo café da manhã.
Nosso primeiro passeio foi a Gruta do Lago Azul, Patrimônio Natural da Humanidade e cartão postal de Bonito. Se vier para cá e não conhecer é a mesma coisa que não ter vindo. Há muitas restrições, só descem na gruta 305 pessoas por dia, tanto na alta como na baixa temporada e não adianta insistir, é norma. Geralmente se marca um horário no voucher para a visitação, mas eles acabam atendendo por ordem de chegada. Este passeio demora em torno de 2h e não é de difícil acesso. Os guias são super atenciosos e explicam tudo nos mínimos detalhes. O lugar é encantador, o tom de azul da água acontece devido a incidência dos raios e luz e como a superfície é rica em calcário, gera esta tonalidade. Muitas estalaguitites e estalaguimites para serem contempladas e atenção, não é permitido pisar em qualquer parte, o percurso é todo demarcado com corda para que o turista não invada onde não deve. Neste ponto Bonito esta de parabéns, percebi que eles são muito estruturados e bem orientados para a preservação e para receber o turismo.
A subida da gruta é um pouco cansativa devido ao ar rarefeito, mas ainda bem que pode dar aquela famosa paradinha e retomar o fôlego. Ah! Já ia me esquecendo, neste lago não pode nadar por causa de uma espécie endêmica de um camarão que mede aproximadamente 9mm e também porque a água não se renova rapidamente. Olhando assim dá vontade até de dar um mergulho. Bom, história é o que não falta sobre este local, mas o melhor mesmo é ter a oportunidade de conhecer de pertinho.
Saímos de lá e seguimos rapidamente para o Rio Sucuri, onde faríamos um dos passeios mais cobiçados de Bonito, a flutuação. Trata-se de um rio com águas cristalinas onde é possível ver e conhecer várias espécies de peixes. No local eles fornecem roupa de neopreme, sapatilhas e snorkel, tudo incluso no pacote. O que você pode escolher é se almoça ou não no local, tudo vai depender da hora que você fechou o passeio. Como o nosso seria as 14h, resolvemos almoçar antes, descansar e depois seguir adiante. O ideal é comer pouco, apesar da comida ser muito boa, senão já pode imaginar o que vai acontecer. Os guias até brincam dizendo que os peixes vão adorar.
Mas no caso de passar mal, há um barco de apoio e tudo fica resolvido. O passeio é muito interessante, fica melhor ainda se alugar uma máquina fotográfica e ir tentando tirar fotos dos peixes que na maioria das vezes não estão nem aí pra gente, muitos deles até nadam em nossa direção. O aluguel da máquina é na faixa de R$ 35,00, mas caso não queiram fotografar, o pessoal da Fazenda São Geraldo se encarrega de fazer isso pra você. Tem um rapaz que fica tirando as fotos e filmando dentro e fora da água, e na volta, já tem um CD com um vídeo e fotos do grupo que você estava a um custo de R$ 40,00. É opcional, mas no meu ponto de vista vale muito a pena, principalmente se você quer curtir o passeio sem preocupação de fazer boas fotos.
Foi muito legal este nosso primeiro dia de turista em Bonito. Dois passeios no mesmo dia faz a gente ganhar bastante tempo. Aqui o que não falta é opção. Acredito que uns 10 dias em Bonito é pouco para conhecer tantos lugares. Bom, amanhã tem mais e estou curiosíssima para saber o que prepararam pra gente.

4º dia – 19-04-10 – Bonito – Cachoeira Boca da Onça / Projeto Jibóia

Tem duas coisas que não posso deixar de falar, uma é que a água de Bonito tem muito calcário, e apesar de cristalina, não é indicada para beber e geralmente nas pousadas eles orientam para que o turista só tome água mineral e quando beber algo com gelo, que ele também seja, e a outra é que o céu desta região é lindo, o tom de azul, a leveza das nuvens, a imensidão, os pastos verdes  e a terra vermelha, fazem uma composição causando-nos uma sensação de grandeza.
O que reservaram pra gente foi conhecer a Boca da Onça, trata-se da cachoeira mais alta do estado de MS. A estrada para se chegar nela é extremamente cansativa, principalmente para garupa. No caminho tivemos alguns contratempos, como comitiva de boi e alguns caminhões que dificultavam a visibilidade, nos atrasamos um pouco, mas no final tudo deu certo. É permitida somente 150 pessoas por dia e o guia só leva 15 pessoas de cada vez. O passeio é bem tranquilo, a trilha tem 4km e o caminho para se chegar as 10 cachoeiras é todo preparado com escadas, corrimãos, pontes e madeiras no chão para evitar quedas e placas com versos e frases filosóficas de Maria Cecília. Cada Cachoeira tem um nome de acordo com os animais que eles viam na região, como por exemplo, a da Cotia, a da Arara, a da Anta, a do Fantasma. Epa, será que eles viram algum por ali? Uma das mais interessantes é do Buraco do Macaco, onde é possível se banhar. A princípio não queria porque a água é muito fria, mas ainda bem que mudei de idéia. Simplesmente fantástico, é necessário passar por baixo de uma rocha para chegar dentro do buraco e ficar embaixo da cachoeira, não dá nem vontade de sair, mas ainda vinham muitas pela frente. Todas elas pareciam um cenário de tão arrumadinhas. Na trilha é possível ver um bando de macacos prego. Eles ficam na parada para descanso que tem no meio do caminho esperando que algum turista traga um lanchinho para eles. Finalmente chegamos a cachoeira da Onça, realmente ela é muito bonita e impressionante como tem um formato do rosto de uma onça com a boca aberta. Mede aproximadamente 150m, mas não e permitido fazer o rapel por causa da formação de suas paredes que são de rochas calcárias, mas logo a frente, simplesmente 866 degraus acima, tem uma plataforma onde se realiza este esporte. O visual lá de cima é lindo, vale a pena subir. Final de trilha e um delicioso almoço nos esperava na suntuosa fazenda super bem preparada para um delicioso descanso. Não tínhamos muito tempo para aproveitar e o retorno dos 60km deveria ser mais devagar, aproximadamente 40km/h para não criar tanto desconforto.
Nosso passeio noturno foi conhecer o Projeto Jibóia e o simpático Henrique que é o conhecido no local como o Homem das Cobras. Geralmente a palestra dura 2h, mas este dia tinha muitos curiosos e teve que se estender um pouco mais. A proposta é a preservação e a desmitificação gerada em torno deste animal tão útil na natureza, aliás, todos eles tem, mas a cobra geralmente é exterminada e apresentada como troféu, gerando assim um desequilíbrio ecológico. Fora isso, ele também orienta como proceder num acidente envolvendo cobras do nosso país, já que as espécies no mundo são tantas.
Achei super importante, pois tinha uma ideia errada de tal procedimento. Final de palestra, fora as piadinhas, tinha ainda a foto com a cobra. Genial! Se vier a Bonito não deixem de visitar o projeto, além de conhecer um pouco mais sobre o animal, você vai ter a oportunidade de pegá-lo.

5º dia – 20/04/10 – Mergulho com Cilindro / Parque das Cachoeiras

Ecoturismo realmente cansa o físico, mas descansa a alma. Depois de vários dias caminhando e conhecendo lugares interessantes, acordando muito cedo, porque a vida em Bonito começa bem cedinho mesmo, tipo 5h da manhã. É neste horário que é possível ver os pássaros- “Passarinho que não deve nada a ninguém, já andou meio mundo”, já dizia minha Vó, então aproveitem e façam uma caminhada matinal e depois se deleitem num delicioso café da manhã. Eu gosto de viajar, porque quando acordo já está tudo preparado na mesa. Quer vida melhor?
O passeio reservado para parte da manhã foi o mergulho no encontro de 3 rios, Baía Bonita, Formoso e Formosinho, passando por baixo de pequenas cachoeira. Mergulho é uma atividade sui generis, não dá para descrever muito bem, tem que passar pela experiência. A princípio dá certo receio, medo, achamos que não vai dar certo e que não vamos conseguir, mas o cursinho antes da tentativa ajuda um pouco, o restante é na prática mesmo. Neste lugar especificamente, não tem vida submersa, os peixes não gostam de ficar perto das cachoeiras, eles preferem águas mais calmas e claras. O que valeu foi conhecer a Scuba, que até então para mim era nome de escola de mergulho, mas aprendi que é todo o equipamento que se usa para mergulhar, tipo: cilindro, máscara, roupa de neopreme – que deixa a gente muito elegante e apertadinha (este deveria ser o verdadeiro tubinho preto básico), nadadeiras – colete regulador, pesos para ajudar a afundar e mais algumas coisinhas. O que achei mais difícil foi controlar a respiração, e no mergulho ela é praticamente tudo. Resumindo, mergulhar pra mim significa manter o auto controle, vencer medo, baixar e controlar a ansiedade e neste caso confiar no instrutor, pois era a primeira vez, apesar que o local era bem raso, o máximo que mergulhamos foi 6m, agora imagina se fosse mais profundo, aí acho que complicaria, porque quando mais se desce mais aumenta a compressão e toda hora tem que ficar descomprimindo.
Para se divertir mais, tem o Rio da Prata, onde também fazem mergulho com cilindro e é possível ver muitos peixes, assim fica mais interessante.
O passeio para parte da tarde foi o Parque das Cachoeiras, onde visitamos 7 e só podemos entrar em 5. É uma trilha muito tranquila de aproximadamente 4000m ida e volta. O Caminho é todo preparado para receber turista de todas as idades. Uma delas tem uma pequena tirolesa onde a nossa guia gritava “Soooooooollta”, e aí tibum. Até que era divertido! Melhor mesmo foi o almoço e a cochilada na rede e na volta ainda tinha um lanchinho.
Lugar bonito é o que não falta para visitar nesta cidade tão bem organizada e preparada para receber o turista. Tem ainda mais lugares para praticar a Flutuação, Balneários, Grutas, Passeio Bote, Arvorismo, Bóia Cross e o mais cobiçado dos aventureiros, o Abismo de Anhumas, que é radical até no preço. Para fazer o rapel de 72m por uma fenda na rocha até uma caverna com formação rochosa e fazer flutuação no rio de água cristalina custa R$ 360,00 pp e se quiser fazer ali mesmo um mergulho autônomo com cilindro sairá por R$ 530,00 (só para mergulhadores credenciados). Viu como a aventura é nos dois sentidos? E tem mais um detalhe, só desce 15 pessoas por dia.

6º dia – 21/04/10 – Retorno a São Paulo

Dia de voltar e ainda eu tenho tanto coisa pra dizer. Enfim, informação é tudo, facilita muito a viagem. Você que viu as fotos e leu os relatos pode pensar que não dá para vir para Bonito com qualquer moto, engano total, porque aqui eles também tem o serviço de Van pra alguns passeios e se quiser deixar a moto descansando e não pegar estrada de terra, fica aí mais esta dica, afinal não é todo mundo que gosta de praticar off road.
Descobri em poucos dias muitas coisas interessantes por aqui. Leia algumas delas:

Descobri que não é só de dia que o céu é lindo, a noite também é fascinante. Tivemos a oportunidade de voltar de um passeio a noite, e longe da cidade, na escuridão, era impressionante o número de estrelas.

Todos os passeios são feitos através de uma agência, a gente não pode contratar um guia e sair
explorando o lugar, isso é muito bom, pois associações foram montadas e todos eles são cadastrados e preparados para receber o turista, proporcionando assim maior segurança. Sem contar que não ficam assediando o tempo todo oferecendo seus trabalhos como acontecem em muitas cidades turísticas. Desta forma todos ganham.

Outra coisa é que a acessibilidade para os passeios é excelente, em alguns casos até tira um pouco da característica natural dos lugares, mas quando se lida com pessoas, isso tem que se levar em conta. É um programa para fazer com a família toda, onde se pode aprender muito e agregar valores. Ecologia, educação ambiental, contato, paz tranquilidade e muita diversão é tudo o que buscamos nas férias.

Não percebi uma criança na rua pedindo esmolas e nem flanelinhas querendo o tempo todo cuidar do carro ou da moto. Há uma igualdade social, o que faz com que a gente se sinta menos agredidos moralmente. As moradores da cidade frequentam os mesmos locais dos turistas, não havendo nenhuma distinção, pelo contrário, se torna mais interessante, porque a gente acaba conhecendo quem são estas pessoas que conservam tão bem aquele lugar. Lixo na rua, nas trilhas, nos rios, nem pensar. Não vi nada se quer.

Descobri também que de Bonito dá para fazer passeios de um dia ou até dormir nas Fazendas Pantaneiras. E diferente do que eu pensava, o clima aqui é bem seco,e a gente não fica o tempo todo só na água. Tem passeios de bike, a cavalo, trilha a pé e etecetera e tal.
Acho que falei quase tudo de Bonito, agora é só ter a oportunidade de voltar e conhecer um “cadinho mais”.
Da volta, eu nem vou comentar, só vou dizer que foi quase um Iron Butt, 1.305km em 13hs.

Viagem realizada em: 16/04/2010 a 21/04/2010
Quilômetros Rodados Total Percorrido 2.770km (ida / volta / passeios)
Despesa Combustível R$ 570,00
Despesa Alimentos Total R$ 250,00 (alguns passeios incluia almoço)
Despesa Hospedagem R$ 88,00 – Hotel Rota do Pantanal
http://www.hotelrotadopantanal.com.br/default2.htm
Hotel Pousada Arizona – R$ 172,00 (baixa temporada) http://www.hotelpousadaarizona.com.br/
Agência de Viagens Nossa hospedagem e todos os passeios foram indicados e contratados pela
Agência AR  http://www.agenciaar.com.br/
  Classificação do Passeio Muito bom, vale a pena conhecer!